Ao fim de quase 4 anos de governação, Sócrates viu-se confrontado com a primeira entrevista dura de roer. Um verdadeiro «cross fire» protagonizado pelo «rottweiller» Ricardo Costa, sempre a morder as canelas do Primeiro-Ministro, e do menos espontâneo, mas igualmente firme, Gomes Ferreira. Valha a verdade que, pelo menos, do lado dos entrevistadores as perguntas foram agressivas, competentes e insistentes. Pior, ou melhor, como preferirem, de certeza, só faria Manuela Moura Guedes, o auto-intitulado «rotweiller» da TVI. Do lado de Sócrates, o recurso aos truques habituais. Falar e repisar do que está a fazer e do que mais ninguém fez, avançar e rebobinar a «cassete» das medidas anunciadas. Descaiu-se ao reconhecer que a recessão será uma inevitabilidade, lá implorou, a pedido de «muitas famílias», pela maioria absoluta e escudou-se, vezes sem conta, nas suas muletas «desculpe» e «dê-me licença». Utilizando uma linguagem futebolística, um «anti-jogo» que só serve para «queimar» tempo e atrapalhar quem faz perguntas. Prosseguindo no desporto, Sócrates esteve, nomeadamente nos dossiers da dívida externa e das obras públicas, contra as cordas. Suou as estopinhas, mas lá se ergeu. Lamentável o «esquecimento» a que foi votado o maior partido da oposição nesta entrevista. Ouviu-se falar uma vez do PSD. Manuela Ferreira Leite pareceu não existir. Foi olimpicamente ignorada. Está bom de ver que mesmo tendo ultrapassado o canal das tormentas, leia-se, a SIC, Sócrates sai por cima. Abanou, mas não caiu. Vai ganhar, pelo menos as legislativas, só não se sabe é por quantos. Talvez a sua sorte seja não ser obrigado a submeter-se a uma entrevista televisiva (como a desta noite) com a periodicidade com que vai ao Parlamento, quinzenalmente. Mas para além de um «animal feroz» ele é um homem com «estrelinha»...
05 janeiro, 2009
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2 comentários:
Ricardo Costa não esteve mal.
O facto de ser irmão do outro Costa obrigava-o a uma postura que excluísse dúvidas de parcialidade.
Mas lendo a blogosfera, encontram-se muitas opiniões concordantes com a ideia de que o Ricardo é um cordeirinho domesticado do PS, portanto, bem longe de um animal tão feroz.
Mas a avaliar pelo Sócrates, já não há animais ferozes como antigamente.
O engenheiro, apesar de tudo, continua um bom malabarista e um grande mentiroso...
ò Tino, você faz a sua opinião depender daquilo que diz a maioria da blogosfera?
se a ideia é ter animais ferozes a entrevistar, pois que se faça a próxima num safari no Quenia.
hája tino.
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