Os «fogareiros» são uns verdadeiros barómetros da nossa sociedade. Hoje apanhei um taxista que parecia ir figurar na categoria dos silenciosos. Afinal, quase a chegar ao destino, o homem explodiu. Disse mal da vida e que o patrão lhe passara há dias um cheque de uns míseros «seiscentes e tal euros». Acto contínuo, começou a desancar a deputada que viaja todas as semanas para Paris com o nosso dinheiro, exigiu um Parlamento com 100 deputados em vez dos 220 actuais e ainda se lembrou do projecto da cidade judiciária durante o consulado de Celeste Cardona na zona de Caxias, que foi para o lixo, depois de se ter gasto milhões em projectos, estando agora o Estado a pagar rendas mensais pelo aluguer do Campus da Justiça, no Parque das Nações. Depois de uns impropérios à classe dirigente, Sócrates incluído, e quase no fim da corrida, refreou os ânimos e disse, mea culpa, algo do género: «nós também somos culpados. Dizemos mal, mas votamos sempre nos mesmos». Paguei. Pedi factura, despedi-me e bati com a porta. À bruta, porque as portas dos taxis, não sei porquê, nunca fecham à primeira. Convenhamos que trocar impressões com um taxista é sempre um acto enriquecedor.
27 abril, 2010
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1 comentário:
o problema é quando se batem as portas dos que não são táxis...
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