Por muito que me tentem convencer, a Feira do Livro nunca mais será a mesma. Eventualmente ganhou-se em mercantilismo e imagem, o que se perdeu em tradição e carisma. O império Leya, com os seus stands (este ano serão 16 dos 236 previstos), um misto de passadeira vermelha e nave espacial, são bem mais propícios às quedas de incautos, do que para folhear obras de excelência. A última novidade hoje divulgada é um «happy hour», entre as 22h30 e as 23h30, de segunda a quinta-feira, com (alguns, sublinha-se, alguns) livros a 50 por cento de desconto, certamente para atrair noctívagos ao pouco recomendável espaço do Parque Eduardo VII. Para seguir nesta senda populista, ao melhor estilo de um bar de copas, sugere-se um «after hours» composto por um concurso de miss lombada molhada, para atrair ainda mais amantes da...leitura.
27 abril, 2010
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