Ele não gosta, mas é bom que mister Jesualdo se habitue pois vai continuar a ser assobiado nas próximas semanas. Levar uma cabazada das antigas, 4-0 diante de um grande da Europa, o Arsenal, mexe com a moral de toda uma equipa. Começa a ganhar consistência a ideia que o prazo de validade do técnico português está a terminar no «dragão» e que, com cabecinha, Benfica e Sporting poderão ter à sua disposição o melhor ensejo dos últimos anos de ganhar o campeonato.
30 setembro, 2008
Humor ou política?
Começa a enjoar a promoção doentia que a SIC faz da suas pseudo estrelas. O «Momento da Verdade» é o que se sabe, agora já faz o bis à segunda e à terça-feira, mas agora as baterias de Nuno Santos estão orientadas para a «jóia da coroa» do canal - Os Gatos e o seu «Zé Carlos», com estreia marcada para 5 de Outubro. Os bichanos vão ser os convidados de luxo do «Dia D», esta noite na SIC-Notícias, um programa de entrevistas apresentado por Ana Lourenço, onde quase sempre marcam presença personalidades ligadas à política. Já agora que falo nisso, será que o quarteto de humoristas já é visto como fazendo parte da elite política?
O mundo desaba, o engenheiro permanece tranquilo
O mensageiro das boas notícias voltou a aparecer. Sócrates teve a desfaçatez de referir, em pleno «tsunani financeiro», que «as famílias que fizeram poupanças podem ficar perfeitamente tranquilas». Se bem me lembro foi o governo liderado por este senhor que desmobilizou milhares de portugueses de apostarem em certificados de aforro. Mais uma mentirinha para o vasto curriculum do engenheiro...
29 setembro, 2008
Verdade de La Palisse
Se o plano de salvação nacional de Bush tivesse sido aprovado, os 700 milhões de dólares para sarar as feridas dos desmandos dos capitalistas viriam do bolso da classe média americana. Tony Blair, o ex-primeiro ministro britânico e aliado de luxo da América na suicida guerra do Iraque, hoje um orador pago a peso de ouro, esteve em Lisboa para uma conferência para homens de negócios e referiu que «a crise vai ser paga pelos contribuintes». Jura, Tony?
Naufrágio político, abismo nos mercados
A Câmara dos Representantes, e em especial os congressistas republicanos, da cor de Bush, não fizeram a vontade ao presidente norte-americano, chumbando o plano de emergência de 700 milhões de dólares para recuperar entidades financeiras à beira do precipício. Acto contínuo, as bolsas deram outro trambolhão. Com jeitinho pode ser que na quinta-feira esta eleição venha a ser repetida e, quem sabe, o resultado muda. Para já, e em jeito de balanço, quem perde são mesmo os políticos e as lutas político-partidárias. Bush arrisca-se mesmo a ficar conhecido como o pior inquilino na História da Casa Branca.
Ser benfiquista
O novo Benfica TV ainda não está a transmitir e já ferve. O director do tal canal, Ricardo Palacín, garantiu que um dos critérios para a escolha dos profissionais é, de facto, ter o clube da águia no coração. Não foram, contudo, revelados as tácticas aplicadas para detectar eventuais agentes infiltrados e, em último caso, será solicitado o polígrafo a Teresa Guilherme para «caçar» eventuais «lagartos» ou «dragões» desde pequeninos e com enorme vontade de boicotar o canal da Luz.
A Casa do Benfica do Marquês de Pombal
O apartamento mais mediático da capital vai ser, em breve, o Heron Castilho. O treinador do Benfica. Quique Flores, ficou seduzido pelo edifício e provavelmente pela proximidade com o Marquês de Pombal, local onde os clubes de Lisboa festejam os titulos de campeão, e decidiu mudar-se de um hotel de Linda-a-Velha para o coração da cidade. Não se sabe se informaram o espanhol que nesse prédio reside também o Primeiro-Ministro José Sócrates. Curiosamente, um grande benfiquista. Pelo menos é o que ele diz. É caso para se dizer que nasce mais uma Casa do Benfica a dois passos do Marquês.
O director conta como é ser pai
O grau zero da televisão em Portugal «mora», definitivamente, em Carnaxide. Se pensávamos ter visto tudo em «Momento da Verdade», hoje, por volta da hora do almoço, testemunhámos no tertuliante «Fátima» mais um episódio elucidativo do estado a que chegámos. Ao telefone, Nuno Santos, o director de programas da SIC (!!!) a comentar a sensação de ter sido pai há 48 horas de um bebé chamado Pedro. Os tertulianos não se coibiram de mandar beijinhos para cá, parabéns para lá e cumprimentos do género «grande director». Nuno Santos também já tem o seu próprio reality show. Haja decoro!
28 setembro, 2008
Prazeres dominicais
Se Hugo Chávez tem o seu programa «Alô Presidente» todas as semanas, José Sócrates não abdica por nada deste mundo de participar na Meia Maratona de Lisboa todos os anos. A um ano de eleições, o secretário-geral do PS teve a oportunidade de conviver com milhares de potenciais eleitores. Parafraseando o nosso PM, não há coisa melhor para fazer a um domingo de manhã...
«Se quiserem posso fazer-vos um desenho»
No final do jogo com o Lecce, José Mourinho mandou o seu adjunto, Baresi, à conferência de imprensa. A stampa italiana não gostou e acusou o português de «falta de respeito». Mourinho defendeu-se, argumentando que é comum técnicos como Ferguson, delegarem estas funções nos seus braços direitos. «Se vocês não compreendem, posso fazer-vos um desenho», disse, Mourinho, para os jornalistas. Nem de propósito, o Inter perdeu hoje com o Milan para o campeonato. Foi maldição. Vá-se lá saber de onde veio.
Fórmula 1 by night
A primeira corrida nocturna da história da Fórmula 1 realizou-se hoje no circuito urbano de Singapura. 1500 focos luminosos «guiaram» os pilotos pelas ruas da cidade-estado do oriente. Por outros motivos a corrida ficará na memória do brasileiro Filipe Massa. O piloto da Ferrari foi relegado para o último lugar por ter arrancando das boxes quando os mecânicos ainda estavam a efectuar o reabastecimento. Um dos elementos do team italiano ficou ferido e Massa deixa a questão do título nas mãos de Hamilton.
25 setembro, 2008
I want your money!
As imaginativas e arrojadas capas da brasileira «Veja» surpreendem-nos todas as semanas. Esta, bem oportuna, é sobre o crash dos mercados financeiros e a «bóia» atirada pelo Governo norte-americano. O tema em debate é que os prejuízos gerados pela loucura do capitalismo vão ser pagos pelos contribuintes norte-americanos. Entretanto, o especulador-mor, George Soros, alerta que «a crise financeira pode ainda ser muito pior». O melhor é desistir de fazer previsões a antecipar a retoma.
Atraído por Bruni e traído pelos microfones
O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, é dos tais que parece que estar sempre à beira do precipício, mas salva-se sempre. Há meses que o camarada tem diariamente a cabeça no cepo. Hoje, numa reunião em Bruxelas, e com uma câmara da TVI bem visível, a uns 3 metros de distância, decidiu trocar umas confidências com o colega do lado, sobre Sarkozy e a esposa. Sobre Bruni, disse que era uma «actriz» e «uma giraça». Apercebendo-se que tinha sido apanhado em flagrante, ainda disse que «é preciso ter cuidado com os microfones direccionais que apanham os sons todos». Pois é senhor ministro. Nós ouvimos. Mas não pense que é por isto que vai para o olho da rua. Aliás, este episódio só serve mesmo para confirmar o que todos pensávamos da figura.
Os irreformáveis políticos
Marques Mendes é mais um dos comuns mortais que plantou uma árvore, teve um filho e...escreveu um livro. O ex-líder do PSD mais parecia um Lobo Antunes ou um Saramago na sessão de lançamento do seu «Mudar de Vida», hoje no Museu da Electricidade, tal era a sofreguidão dos presentes em ter uma dedicatória do político, agora com queda para a escrita. Nas entrevistas concedidas hoje à imprensa, o pequeno Mendes insiste na tese de que os partidos devem recusar políticos pronunciados pela Justiça e reconhece que ganha muito mais agora na sua actividade empresarial. Questionado sobre se a política poderá passar pelo seu futuro, diz, enigmaticamente, que não está reformado. Outro que vai andar por aí...
«Estou? Era só para informar que burlei mais um»
A bipolar juiza Conceição Oliveira confidenciou numa entrevista recente que Vale e Azevedo era um burlão profissional. O homem continua à solta e as falcatruas sucedem-se. Hoje soube-se que o proprietário da casa onde Vale e Azevedo reside em Londres está a «arder» com 416 mil euros. A esposa do ex-Presidente do Benfica confirma que deixaram de pagar porque a casa tem problemas que o dono recusa resolver. Ao que parece há um ano que o casal não paga renda. «[Vale e Azevedo] era simpático e até socializámos algumas vezes, mas depois deixaram de pagar a renda», contou o burlado. Mais um. Isto de morar no bairro de Knightsbridge, o mais caro de Londres, não é para quem quer, é para quem pode, nomeadamente Abrahmovic, e para um burlãozito «tuga».
O Cavaco está lá, invistam na bolsa!
Segundo os analistas, Wall Street respondeu com uma subida de 1,84 por cento seu índice Dow Jones, devido ao plano de salvação apresentado pelo presidente Bush e respaldado por democratas e republicanos. Mas cá para mim foi Cavaco, que abriu a sessão, a inverter o rumo dos acontecimentos. Ele no fundo, sempre foi, um jogador, politicamente falando, muito calculista.
Um «spa» no trabalho é que era...
A exótica Associação Portuguesa dos Amigos da Sesta, que realiza este fim-de-semana a sua II Conferência Internacional, em Alcanena, desafiou as empresas a darem descanso após o almoço ao seus colaboradores, defendendo que tal prática poderá ter implicações positivas na produção.
«Por que razão não hão-de as grandes empresas juntar às estratégias de relaxe (como massagens ou "spas"), para renovar as energias dos trabalhadores, objectos como pufs, redes ou esteiras que permitam simplesmente... dormir no local de trabalho?», diz o advogado Prates Miguel, presidente da dita associação. Lá ideias o homem tem, mas se os índices de produtividade já andam de rastos, caso estas sugestões fossem aceites pelas entidades patronais, temo que o País fechásse no dia seguinte.
«Por que razão não hão-de as grandes empresas juntar às estratégias de relaxe (como massagens ou "spas"), para renovar as energias dos trabalhadores, objectos como pufs, redes ou esteiras que permitam simplesmente... dormir no local de trabalho?», diz o advogado Prates Miguel, presidente da dita associação. Lá ideias o homem tem, mas se os índices de produtividade já andam de rastos, caso estas sugestões fossem aceites pelas entidades patronais, temo que o País fechásse no dia seguinte.
24 setembro, 2008
O porta-voz e a voz do dono
O porta-voz de Santana Lopes e a voz do dono dos socialistas e de Mário Soares são os comentaristas da noite na «Análise» na cada vez mais decadente SIC-Notícias. Já perceberam de quem estamos a falar, mas para os mais incautos, os senhores chamam-se Luís Delgado e Mário Bettencourt Resendes. Deve custar imenso aos responsáveis do canal dar uma vassourada a estes camaradas. Representar a quota de «pesos pesados» da política lusa, confere uma certa «imunidade», nem por isso parlamentar.
Beijo quente de um «pé frio»
Para ganhar votos faz-se tudo. Gordon Brown que o diga. Está bem necessitado de recuperar votantes. No encerramento do congresso dos Trabalhistas, em Manchester, deu um programado e cinéfilo beijo na mulher, Sarah. Parece que a british press gostou da cena e elogiou o discurso do PM britânico. Lamentavelmente esta manhã demitiu-se a ministra dos Transportes. Como dizem os brasileiros, Brown é um «pé frio».
À margem da realidade
No País que pariu o «Magalhães», permite-se que 30 indivíduos agridam selvática e indiscriminadamente pacatos cidadãos, como aconteceu ontem em Alhos Vedros, na margem sul do Tejo. No País que pariu o «Magalhães», perante a impotência da polícia face ao disparar da criminalidade violenta e gratuita, ganha peso o ressurgir do fenómeno das milícias populares, especialistas em linchamentos sumários. Ainda não se exige o recurso aos militares para impôr a ordem, como Berlusconi anda a fazer em Itália para espantar os imigrantes, mas enquanto o País que pariu o «Magalhães» não reprimir o mais pequeno acto delitivo que escape à norma, continuaremos entregues à bicharada.
O guru falou, tá falado
O guru das agências de comunicação, Luís Paixão Martins, dá uma entrevista à revista «Meios & Publicidade», de onde se pode extrair uma frase muita curiosa, que citamos, com a devida vénia: «Em Angola há jornais que fazem mais oposição ao governo do que os jornais portugueses fazem ao governo português». O administrador da LPM, que já fez dezenas de campanhas para todos os políticos portugueses «nascidos» depois do 25 de Abril e que agora tem interesses importantes em Angola, sabe do que fala. Para meditar...
Banir os «lenhadores» dos relvados
Enquanto os senhores da bola se entretêm a discutir a instalação de dispositivos electrónicos nos jogos de futebol, os temíveis «lenhadores» continuam a distribuir «fruta» pelos relvados. Rodrigo Possebon, um brasileiro de 19 anos contratado pelo Manchester United, foi varrido pelo austríaco Emanuel Pogatetz do terreno. O árbitro fez o mínimo que lhe competia: mostrar o cartão vermelho. A fractura da perna direita de Possebon não se confirmou, mas ficou o susto e a condenação da atitude do defesa do Middlesbrough. Situações destas são para punir severamente. Não com semanas de suspensão para os infractores, mas com meses de afastamento.
23 setembro, 2008
Ver ou não ver, eis a questão
Em tudo na vida, a unanimidade nunca é boa conselheira. Nas artes, e especialmente na música ou no cinema, muito menos. Três ou quatro amigos deram-me promissoras referências do filme «Mamma Mia!», que tem nos principais papéis Meryl Streep e Pierce Brosnan. «Ri-me do principio ao fim», é mais ou menos a mensagem comum a todos. Nao deixa de ser algo intrigante, visto que este filme, para além de um argumento anódino, tem tudo para ser kitsch, até porque recria musicas de uma das bandas - os ABBA - que mais rótulos de «pirosa» recebeu. Tive acesso a uma cópia pirateada (os senhores inspectores da ASAE não leram nada, ok?), mas hesito em ver o filme. Com tantos encómios, até tenho receio de deixar de gostar dos... ABBA.
O complexo das «quinas»
Desde a saída de Vitor Baía dos relvados, está a custar a Portugal arranjar um seu sucessor à altura. Ricardo rendeu até determinado ponto, até se enterrar definitivamente, tanto na selecção como no seu clube. Agora nem é convocado para as «quinas» e está sentadinho no banco do seu clube o Bétis. O caso de Quim também é enigmático. Foi o melhor jogador do Benfica na temporada passada. Este ano, com a mudança de seleccionador, ascendeu à titularidade da baliza nacional, mas esse momento coincidiu com um «franguito» com a Dinamarca. Ontem em Paços de Ferreira o guardião das águias deu mais uma «casa», que felizmente não comprometeu os 3 pontos para os encarnados. Se este complexo das «quinas» prosseguir, restará a Queiroz chamar Eduardo do Braga para a baliza, enquanto Quique Flores terá de equacionar a utilização de Moreira. Como se ouviu recentemente, não há lugares cativos...
Estreito de «Magalhães»
Começar a construir a casa pelo telhado é uma velha arte portuguesa. Existem 500 mil computadores «Magalhães» para distribuir pelos alunos do 1.º ciclo, mas continuamos a ter dezenas de milhares de pessoas que não sabem ler, escrever e pensam que um computador é um bicho-papão. Os vulgarmente designados info-excluídos. E ao que parece, o novo PC está desprotegido face à atrevida curiosidade dos petizes mais irrequietos. Segundo um teste feito pela SIC, (claro está que para a RTP este computador só tem virtualidades), é só abrir o Google num destes computadores e clicar palavras tão singelas como «sexo», «vagina» ou «gatas maravilhosas», para um maravilhoso mundo se abrir aos olhos infantis. O Primeiro-Ministro não soube explicar esta falha de segurança. Balbuciou algo e zarpou para parte incerta. É melhor!
Nascer no TGV é outra loiça
Os portugueses têm a tendência para interiorizar que os casos terceiro-mundistas só acontecem no nosso País. Com o fecho de algumas maternidades, nascer numa ambulância, durante o percurso numa qualquer auto-estrada ou via rápida, já se tornou uma rotina. De Espanha, chega-nos a notícia que uma mulher senegalesa deu à luz uma menina no AVE (o TGV espanhol) entre Málaga e Madrid. A 240 kms/h, o bebé viu a luz do dia na cafetaria do combóio de alta velocidade espanhol. Pena que esta história não nos sirva de consolação. Os espanhóis já têm o seu TGV enquanto nós ainda estamos a sonhar com ele. Ou será pesadelo?
Licença para matar
Matti Juhani Saari colocava no YouTube os videos em que treinava a pontaria com a sua pistola Walther P22. A polícia interrogou-o ontem, mas sem ter provas, para além de a sua arma estar legal, libertou-o. Hoje, numa localidade remota da Finlândia, este estudante de 22 anos, atirou a matar. Tirou a vida a 10 jovens, seus colegas no centro de formação profissional em Kauhajoki. Se tivesse entre nós, tínhamos filme para 15 dias e a queda do ministro da Administração Interna. Mas se por cá os assaltos em série já são uma moda, os assassinos em série ainda estão por importar. Valha-nos isso.
22 setembro, 2008
Neck and neck
A revista «New Scientist» analisou 150 discursos políticos e concluiu que o de Barack Obama é o mais «manipulador». Estratégias à parte, a verdade é que o efeito Palin parece estar a esfumar-se. A seis semanas das presidenciais americanas, Obama tem 2 pontos de avanço sobre McCain. Mas a disputa permanece cerrada. Neck and neck como se diz por lá. Na madrugada do próximo sábado, os dois protagonistas enfrentam-se no primeiro assalto televisivo.
Anti-choque, anti-água e anti-bombardeamentos
O presidente venezuelano apresentou no seu programa semanal o computador “Magalhães”, de fabrico português, e descreveu que este portátil que será também vendido no país suporta o impacto de bombardeamentos. No programa “Alô Presidente”, no domingo, Hugo Chavez anunciou a compra de um milhão destes computadores para crianças de 5 a 11 anos e explicou que estes estão equipados com um sistema de corte de energia para evitar que os portáteis se avariem. «Este sim é um verdadeiro computador que aguenta bombardeamentos», acrescentou o líder venezuelano. Serão as relações Caracas-Lisboa à prova de tudo?
São os automóveis, estúpido!
Depois do êxito da primeira edição do Dia Europeu Sem Carros, as iniciativas seguintes têm sido um autêntico bluff para enganar o povo. Cortam-se ruas sem saída e outras artérias de terceira linha para justificar o dia 22 de Setembro. O trânsito em Lisboa e Porto esteve caótico. No mesmo dia, o autarca-modelo Costa, anuncia um investimento de 5 milhões de euros para criar 40 quilómetros de novas vias cicláveis e recuperar outras existentes. Mais areia para os olhos dos concidadãos e uma forma de ganhar tempo até ao acto eleitoral daqui a um ano. A frase do dia, que em cima destacamos, explica o que acabámos de dizer.
Grandes homens, gestos simples
Corria o ano de 2005. Se não me falha a memória estávamos em pleno mês de Agosto. Adolfo Roque, fundador da Revigrés, líder em revestimentos e pavimentos cerâmicos, reconhecida nacional e internacionalmente, e patrocinador do FC Porto há 27 anos, recebeu-me para uma entrevista no seu escritório em Barrô, Águeda, paredes-meias com a enorme fábrica. Falou, abertamente, e sem restrições do seu negócio e especialmente da ameaça comercial que, já então, se desenhava a Oriente, através dos chineses. Houve tempo e disponibilidade para um almoço descontraido - na Bairrada, só podia ser mesmo leitão. De seguida, mostrou-me um pouco da sua terra natal, Barrô, e do legado que deixaria aos seus quando, como o comum dos mortais, deixasse a companhia dos vivos. Adolfo Roque morreu hoje aos 73 anos. Ao ler a notícia, procurei reconstituir todos os momentos desse dia. E recordei-me dos gestos e das palavras simples de um homem que construiu e deixa um vasto império. Afinal, ele foi um dos grandes empresários portugueses. Pena que poucos tenham reparado por isso.
21 setembro, 2008
Contador na galeria dos «monstros»
Quase ninguém deu por isso, mas o ciclista espanhol Alberto Contador conseguiu, aos 25 anos, vencer Tour, Giro e, hoje, a Vuelta. Um desiderato apenas alcançado no passado por Hinault, Merckx, Anquetil e Gimondi. Os tempos são outros e as desconfianças incomparavelmente maiores. O regresso de Armstrong, em 2009, ainda vai atirar mais lenha para a fogueira. Curiosamente, antecipa-se que o americano vai ingressar na Astana, a actual equipa de Contador. Adivinha-se uma coexistência impossível.
A crise não mora aqui
José Silva Lopes é um dos economistas portugueses mais respeitados. O ex-ministro das Finanças e ex-governador do Banco de Portugal fala uma linguagem acessível e sem grandes subterfúgios. Há uns dias, em entrevista à Renascença, pronunciando-se sobre a crise financeira, confessou-se «assustado» com a situação da banca. Deixou um aviso aos consumidores, «para que não acreditem nos "spreads zero"» e recomendou aos reguladores para que «disciplinem a publicidade bancária». De facto, chega a ser obsceno a carga publicitária com que somos bombardeados na TV, nos jornais e na rádio para promover os produtos bancários. Caras muito bonitas e famosas, músicas da moda a condizer e um sem-fim de facilidades para consumidores com a corda na garganta. Às vezes parece que a crise não mora aqui.
Política de salto alto
As mulheres começam a tomar conta dos grandes cargos políticos das maiores nações do mundo. Depois de Merckl, na Alemanha, Kirschner, na Argentina e Bachelet, no Chile, Tzipi Livni, deverá ser a próxima primeiro-ministro de Israel, a primeira mulher desde a carismática Golda Meir, na década de 70. Gorada que foi a hipótese de uma senhora, na pessoa de Hillary Clinton, morar na Casa Branca, vai ser preciso esperar, pelo menos 5 anos, para que esse cenário se torne uma realidade. Cá em Portugal, essa possibilidade até existe, mas apenas em teoria. Ferreira Leite não parece capaz de reeditar o feito de Maria de Lurdes Pintassilgo.
A frase do dia
«Sócrates é o maior no marketing», Marcelo Rebelo de Sousa, em «As escolhas de Marcelo», comentando o comício de Guimarães, RTP1, 21 Setembro 2008
O regresso do «Verão Azul»
Para alguns dos que hoje estão na casa dos 30 anos, «Verão Azul», será sempre considerada a série que se entranhou na memória colectiva de toda uma geração. Falo por mim, vi e revi, até à exaustão, as desventuras «veraniegas» de Javi, Bea, Desi, Quique, Pancho, Tito e, impossível esquecê-lo, o gordo «Piraña». O equillíbrio da juvenil «pandilla» era dado pela artista plástica Júlia e pelo carismático Chanquete, cuja morte, ficcionada claro está, parou a Espanha. 28 anos depois, a TVE vai emitir uma nova versão da série, que terá o título de «Verano Azul 09'».
20 setembro, 2008
Presentes envenenados
Começam a parecer inquietantes as semelhanças entre entre o tandem Barroso/Santana, em Portugal, e Blair/Brown, em Inglaterra. Durão Barroso e Santana Lopes foram amigos inseparáveis durante décadas e o primeiro entregou de bandeja, um presente, leia-se Governo, ao seu companheiro quando voou para Bruxelas. O resto da história já sabemos. Além-Mancha, Blair e Brown fizeram um acordo secreto em nome da amizade que os unia: Tony seria o Primeiro-Ministro, protagonizando a revolução no new labour, enquanto Gordon Brown ficaria a aguardar, sucedendo-lhe na hora da rendição. A passagem de testemunho aconteceu, mas Brown sofreu o impacto de todos os erros do «blairismo» e do desgaste que este provocou na imagem do Partido Trabalhador. O Primeiro-Ministro britânico não pára de descer nas sondagens e situa-se, neste momento, a 20 pontos do líder conservador, David Cameron. O que une, então, Santana e Brown? Receberam ambos presentes envenenados, com a agravante de que quem os ofereceu, tinha a perfeita noção disso.
O rei da berraria
É bem natural que o Primeiro-Ministro e secretário-geral do PS passe o resto do fim-de-semana rouco. O homem berrou, berrou, berrou. Desalmadamente, durante 40 minutos. O comício de rentrée do PS em Guimarães teve o seu toque «à americana». O líder carismático, ao centro, público à frente, público atrás, pontificando figuras de prestígio, como Almeida Santos, na primeira fila. Dois telepontos com o discurso, programadamente articulado, para nada falhar. Sócrates não pediu maioria absoluta aos eleitores do «seu» País das Maravilhas, mas pouco faltou. A conjuntura internacional trocou a volta aos socialistas. Se nada disto tivesse acontecido, a vitória estaria, a esta hora, no bolso. Parece incrível, mas é a verdade.
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