Corria o ano de 2005. Se não me falha a memória estávamos em pleno mês de Agosto. Adolfo Roque, fundador da Revigrés, líder em revestimentos e pavimentos cerâmicos, reconhecida nacional e internacionalmente, e patrocinador do FC Porto há 27 anos, recebeu-me para uma entrevista no seu escritório em Barrô, Águeda, paredes-meias com a enorme fábrica. Falou, abertamente, e sem restrições do seu negócio e especialmente da ameaça comercial que, já então, se desenhava a Oriente, através dos chineses. Houve tempo e disponibilidade para um almoço descontraido - na Bairrada, só podia ser mesmo leitão. De seguida, mostrou-me um pouco da sua terra natal, Barrô, e do legado que deixaria aos seus quando, como o comum dos mortais, deixasse a companhia dos vivos. Adolfo Roque morreu hoje aos 73 anos. Ao ler a notícia, procurei reconstituir todos os momentos desse dia. E recordei-me dos gestos e das palavras simples de um homem que construiu e deixa um vasto império. Afinal, ele foi um dos grandes empresários portugueses. Pena que poucos tenham reparado por isso.
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