O Chile vive uma história que consegue exceder o limite de qualquer imaginação mais fértil. 33 mineiros estão há 20 dias retidos a 700 metros de profundidade, mas ainda não sabem que o seu resgate pode durar bem mais (talvez só por altura do Natal) do que as três semanas prometidas pelo governo local. Psicólogos e psiquiatras tentam introduzir motivos de entretenimento para que os mineiros da mina de S. José não entrem rapidamente num estado de confusão mental, angústia e depressão. Lá em baixo, os homens, barbudos e bem mais magros, distribuem entre si as tarefas, tendo criado grupos de trabalho para a higiene e outro para a segurança. A agonia promete continuar nas próximas semanas. Os chilenos sustêm a respiração, assistindo com um misto de dor e voyeurismo a um caso de desafio extremo à capacidade de resistência humana, que pode significar tentar sobreviver quatro meses a 700 metros de profundidade, num espaço de 50 metros quadrados e com uma temperatura média de 27 graus.
O resgate permanece uma incógnita. Os especialistas procuram que os mineiros façam exercício regular no lugar onde estão confinados para que o perímetro da sua cintura não supere os 90 centímetros, medida máxima que lhes permitirá passar pela conduta que está a ser perfurada. Os primeiros videos dos mineiros foram divulgados hoje. Numa coisa o Chile é pioneiro: criou o primeiro «Big Brother» debaixo de terra.
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