Mão amiga fez chegar até nós o editorial do director do «Jornal de Negócios», de ontem, quarta-feira, em que Pedro Guerreiro fala sobre a carga horária dos trabalhadores portugueses e a relação do tempo de trabalho dispendido e a efectiva produtividade. O artigo vale pelo seu conteúdo integral, mas importa destacar o trecho que de seguinda apresentamos e que, certamente, simboliza o que muitos dos leitores já testemunharam nos respectivos locais de trabalho. Fingir que se trabalha é mesmo um desporto nacional:
«(...) Os hábitos de total falta de auto-indisciplina de trabalho dos portugueses estão estudados. O mito, ainda não desmentido, é o de que os portugueses trabalham muita parra para produzir pouca uva, horas a fio entre reuniões longuíssimas que começam sempre atrasadas depois de intervalinhos para café. Mais: temos medo de sair cedo, parece mal, antes do chefe nem pensar, as mães que o ousam são apontadas de lado, o importante é colocar o casaco nas costas da cadeira muito cedo e desligar a luz muito tarde. E depois dizer, num desabafo que é metade cansaço e metade bazófia, que trabalhamos muitas horas. Coleccionar horas de trabalho é uma espécie de estatuto, uma paranóia nacional, tal como ter muitos "amigos" no Facebook: o que interessa é que sejam muitos(...)»
«(...) Os hábitos de total falta de auto-indisciplina de trabalho dos portugueses estão estudados. O mito, ainda não desmentido, é o de que os portugueses trabalham muita parra para produzir pouca uva, horas a fio entre reuniões longuíssimas que começam sempre atrasadas depois de intervalinhos para café. Mais: temos medo de sair cedo, parece mal, antes do chefe nem pensar, as mães que o ousam são apontadas de lado, o importante é colocar o casaco nas costas da cadeira muito cedo e desligar a luz muito tarde. E depois dizer, num desabafo que é metade cansaço e metade bazófia, que trabalhamos muitas horas. Coleccionar horas de trabalho é uma espécie de estatuto, uma paranóia nacional, tal como ter muitos "amigos" no Facebook: o que interessa é que sejam muitos(...)»
Sem comentários:
Enviar um comentário