22 fevereiro, 2009

A rentabilização da morte

Enganaram-se os que pensavam que a morte em directo era o último fim da sociedade «Big Brother». A britânica Jade Goody, 27 anos, vencedora do primeiro BB daquele país, está a provar que, para já, o limite pode ser o definhamento diário, rumo à morte, em directo e a troco de uma fortuna. A Goody, acometida por um cancro, restam, segundo os médicos, 6 semanas de vida. Assim que soube do seu fatal destino, explorou e vendeu até à exaustão os direitos dos seus últimos dias se vida a jornais, revistas e televisões, com a curiosa compreensão do primeiro-ministro Gordon Brown e do ministro da Justiça, Jack Straw, que transformaram o tema em assunto de Estado. O dinheiro ficará para a família de Goody que hoje cumpriu outro sonho, casar com Jack Tweed, numa cerimónia não menos mediática. Depois do enlance, Goody posou durante mais de uma hora para os fotógrafos da revista «OK!», que mediante o pagamento de 790 mil euros, conseguiram o exclusivo da boda. Até ao último suspiro de Goody no mundo dos humanos, anunciam-se outros avultados negócios. A rentabilização da morte, em vida, como nunca imaginámos. De uma coisa não se pode acusar Goody: falta de coerência. Viveu a sua vida e catapultou-a através dos «media» e é perante estes que quer estar nos momentos que lhe restam.

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