Aborrecidamente previsíveis continuam os congressos dos partidos portugueses. Com o recurso às directas, os conclaves tornaram-se rituais para televisão filmar, onde se estendem passadeiras vermelhas para o líder e os seus acólitos. O do CDS, nas Caldas da Rainha, não fugiu à regra. Depois dos reformados e dos homens e das mulheres da lavoura, Portas redirecciona as suas palavras de conforto para os pobres e para a classe média que subitamente se viu a braços com situações de aperto - os chamados «novos pobres». O CDS continuará a ser um partido unipessoal, à imagem de um líder obsessivamente centralizador. Tudo gira à volta dele. A renovação, pelo menos nas vice-presidências, revelou-se quase inexistente.
No Caldas e nas Caldas ficou tudo na mesma. Tarefa complicada a de Portas para chegar, como mínimo, aos 8 por cento nas legislativas, quando PS, PCP e BE recolhem quase 60 por cento das intenções de voto e, surpreendentemente, os democratas-cristãos não têm conseguido aproveitar a desgraça social-democrata. Em Outubro, depois dos três actos eleitorais, voltará a falar-se sobre se o CDS é um partido que faz falta à democracia portuguesa. Provavelmente, já sem Portas. Ou talvez não. Não nos esqueçamos que ele é um sobrevivente.
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