A chegada ao panorama da Comunicação Social dos grupos económicos, foi o golpe de misericórdia para a qualidade e algum romantismo que existia nos jornais portugueses. Despedir os redactores mais velhos, com mais vícios, mas também os mais incómodos e inconformados, recrutar a recibo verde e em regime esclavagista mão de obra barata para trabalhar 12 horas por dia e fomentar as sinergias entre jornais, foram as lógicas empresariais introduzidas pelos novos donos dos jornais. O despedimento colectivo de 122 profissionais do grupo Controlinveste (dirigido pelo sr. Oliveira, o tal que há 20 anos atrás andava a martelar cartazes publicitários nos estádios de futebol) é revelador do rumo que os títulos em Portugal estão a levar. A «memória» nas redacções está praticamente extinta. E, em tempo de vacas magras, os empresários e os directores dos títulos, sempre subservientes a quem manda, ficam mais permeáveis às pressões políticas. Soube que no «JN» os fotógrafos da redacção de Lisboa foram despedidos. A solução encontrada foi célere: criar uma espécie de agência de fotografia para encaixar meia dúzia de "bate chapas", «dos baratinhos», que fazem 8 serviços por dia para os vários jornais do grupo, «DN», «JN» e «24 horas». Qualquer dia, quando os cortes progredirem, chegará o momento em que o jornalista sairá para a rua, em reportagem, vai escrever a sua peça para publicação em meia dúzia de jornais do grupo também para a versão online, ao mesmo tempo que assegurará as fotos do evento com a sua máquina digital. Em alternativa, faz-se via televisão ou «vai a Lusa». Vão por mim, já faltou mais.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário