11-M, um atentado sem "cérebros"

O mega-processo dos atentados do 11 de Março, em Madrid, conheceu hoje o seu desfecho com a leitura do acórdão, após 6 meses de julgamento - aqui fica o exemplo de como é possível fazer transitar em julgado em poucos meses um processo extremamente complexo e não arrastá-lo no tempo, como acontece em Portugal com o caso Casa Pia.

Alguma surpresa relativamente à dureza das penas aplicadas aos arguidos. Dos 311, 959 anos pedidos pelo Ministério Público ao colectivo de juízes para os que se sentavam no banco dos réus, apenas 120,755 foram atendidos. Os representantes das vítimas vão recorrer por considerarem as sanções demasiado brandas. Mas a nota de maior sensação ocorreu com a absolvição de Mohamad, "o egípcio", tido como o mentor dos atentados que semearam a destruição na capital espanhola em 2004. Para os magistrados, a cultura de terror da yihad islâmica foi a grande inspiração dos responsáveis materiais pelo atentado. A ETA fica fora deste "filme".