27 outubro, 2012

Algures ao quilómetro 27


Gaspar, Gaspar, Gaspar. Todos os dias entra-nos pela casa, sem avisar, de pé de cabra na mão, pronto a consumar o furto. Hoje saiu mais uma pérola daquela boca linda. Diz ele, depois da «blague» de estarmos a meio da ponte, que nos encontramos na «fase final da maratona», com «dois terços do processo de ajustamento» realizado. Mas disse mais: Gaspar estima Portugal está «por volta do 27.º quilómetro», quando se sabe que a maratona são 42,195 quilómetros. E é precisamente entre os 30 e os 35 quilómetros que acontecem as maiores surpresas. Os desfalecimentos súbitos, por exemplo. Tudo isto, a metáfora atlética, para mandar o recado que o pior está para vir. A meta no estádio olímpico ainda está bem longe. As condições atmosféricas são terríveis e o atleta padece de obesidade. Talvez cheguemos à meta, mas o atleta correrá os últimos metros a cambalear e sairá de maca, directamente para o hospital, completamente desidratado.

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