06 outubro, 2011
Sim, seguramente, culpados. Não, talvez, porventura, eventualmente. Na dúvida, inocenta-se
Não tenho formação jurídica, mas confesso que o caso Amanda Knox começa a cheirar a esturro. Se cá os juízes estão proibidos de abrirem a boca, em Itália os senhores magistrados podem até manifestar livremente à imprensa os seus estados de alma sobre o processo. Foi o que aconteceu com Claudio Pratillo Hellmann, o juiz que inocentou Knox e Solecito na passada segunda-feira, que hoje revela «até pode ser que ambos sejam responsáveis pela morte de Meredith, só que não há provas. A sentença diz que ficam livres porque não cometeram os factos que lhes eram atribuídos. Mas esta é a verdade processual, não a real. A verdade real pode ser distinta». Confusos? Eu também. Prevaleceu, portanto, o "in dubio pro reo". Mas confesso que não entendo o motivo pelo qual há menos de 2 anos o tribunal de Perúgia não teve dúvidas em mandar os jovens mais de duas décadas para a cadeia. Se isto acontecesse em Portugal, provavelmente o edifício judicial implodiria em três tempos.
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