07 maio, 2011
Feira da ficção
Sábado soalheiro, mas ventoso. Romaria à Feira do Livro de Lisboa no obrigatório Parque Eduardo VII - Acho um mistério que este espaço nobre da cidade continue a servir apenas para 15 dias de festa em 365 dias de um ano. Muita gente a circular, famílias inteiras, aparentemente poucas compras. Chamam a atenção o inovador túnel da Babel ou o hipermercado que a Leya, um ano mais, montou à entrada da Feira de quem vem do «pirilau» do Cutileiro. Bom local para rever amigos ou ex-colegas há muito sem lhes pormos a vista em cima, ou figuras públicas como Mário Soares, Marques Mendes, Vera Roquette, Otelo Saraiva de Carvalho ou Soraia Chaves. Uma salada russa. Há de tudo como na farmácia. O que parece algo confrangedor é ver Eduardo Lourenço, António Barreto ou Maria Filomena Mónica, figuras de topo da nossa intelectualidade, completamente às moscas nas sessões de autógrafos. Lobo Antunes e José Luís Peixoto suscitam grossas filas de fãs, com um livro na mão, à espera de uns divinos rabiscos. Definitivamente os portugueses preferem a doce ficção, à dura realidade. As sondagens políticas ontem reveladas assim o confirmam.
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