30 novembro, 2009

A torre do protesto

Ao bater da alvorada, os arrojados activistas do Greenpeace escalaram a emblemática Torre de Belém e colocaram estandartes com a frase «O nosso clima, a vossa decisão», a poucos dias da conferência de Copenhaga. O blog do Greenpeace descreve os contornos da iniciativa.
PS: Esta iniciativa, que começou às 6h45, mostra, uma vez mais, que polícia nas ruas é coisa que não existe por cá. Os activistas foram detidos 3 horas depois do início da acção. Se a quisessem implodir, tê-lo-iam feito.

Só cabem heterossexuais na «box» leonina

A «estória» é contada pelo «I». O Sporting é acusado de discriminação por não estender a promoção do «GameBox Duo» o direito a descontos nos bilhetes aos casais homossexuais, lésbicas e gays. Já era conhecido um certo pendor elitista em Alvalade, desde os tempos do seu Visconde fundador, mas agora esta vai dar para algumas anedotas bem jocosas. Era o que faltava a Bettencourt.

«Fnaqueiros» compulsivos

Os ex-secretários de Estado Ana Paula Vitorino e Eduardo Cabrita andavam esta manhã às compras na Fnac do Chiado. Desterrados para um irrelevante lugar no Parlamento, o casalinho parecia ter acabado de assaltar a loja da «Baixa», tal era a quantidade livros e dvd's que traziam rumo à caixa. O pior aconteceu quando os discos que Ana Paula trazia empilhados foram vítimas do equilibrio instável e só pararam no chão. Valeu a ajuda de um popular para tudo voltar à normalidade.

29 novembro, 2009

O incrível Ronaldo

No clássico dos clássicos, o Barcelona derrotou o Real Madrid à tangente. Cristiano Ronaldo esteve em bom plano, mas desperdiçou duas claras situações de golo. O português foi ainda alvo do laser verde, qual incrível Hulk, com que os adeptos catalães o tentaram «cegar» durante a marcação de uma falta. Trata-se de uma prática proibida. O Nápoles, da liga Italiana, já foi multado em 15 mil euros por comportamento semelhante dos seus tiffosi.

Jornal do incrível

Gato abre torneira e provoca inundação em apartamento de Gaia, in Agência Lusa, 29 Novembro 2009

A zero

Quase apetece lançar mãos a uma tese de mestrado sobre o motivo porque é que as equipas na mó de baixo se transfiguram, com o mesmos jogadores, em apenas duas semanas, com a chegada de novo treinador. O dérbi lisboeta desta noite não se pode dizer que tenha sido ensonso. Longe disso. Foi de emoções, mas nulo em termos de golos. O Sporting ganhou em alegria, mas não recuperou o atraso acumulado para a liderança. O Benfica regrediu na dinâmica ofensiva, mas ganhou em eficácia defensiva e em calculismo rumo ao título.

28 novembro, 2009

A frase do dia

«Nunca recebi presentes, a não ser uma caixa de robalos», Armando Vara, à saída do DIAP de Aveiro, questionado sobre se recebia lembranças do sucateiro Godinho, Agência Lusa, 28 Novembro 2009

A transfiguração de um diário

Nem de propósito. Já ontem alertávamos para a manchete do «JN». Hoje é a vez do colega de instalações e de grupo, o «DN» merecer uma notinha neste blog. Perfeitamente lamentável o destaque dado à foto do acidentado do «superpolícia» Mário Mendes, prostrado e entubado no chão da Avenida da Liberdade. O jornalismo anda mesmo a rastejar. O desespero é grande. Não vale tudo. Mas o leitor não é estúpido.

27 novembro, 2009

A manchete do dia


Para além de ser de construção e de gosto muito discutíveis, esta manchete do «Jornal de Notícias» cheira a frete ao Governo.

Será que o mundo vai acabar?

Subsídios de Natal entopem rede multibanco
O sistema que gere a rede multibanco tem estado com quebras de serviço esta sexta-feira, que foram originadas pelo elevado número de levantamentos e transfarências bancárias devido ao subsídio de Natal, disse fonte oficial da SIBS à agência Lusa.
"Devido ao facto de muitos portugueses terem hoje recebido o subsídio de Natal, registou-se um pico ao nível da rede inteira - levantamentos, pagamentos e transferências -, que levou a uma quebra nos níveis de serviço", afirmou fonte oficial da SIBS, a empresa que gere a rede multibanco em Portugal, à Lusa.

Colisão

O violento acidente na Avenida da Liberdade que envolveu o carro onde seguia o «master» do FBI à portuguesa e a viatura oficial do presidente da Assembleia da República, sem Gama lá dentro, é a imagem, dramática é certo, mas apropriada do estado de confrontação entre muitas instituições nacionais. Felizmente, todos sobreviveram para contar. Mais dois carros para a sucata - provavelmente não a do Godinho. Uns milhares a menos no erário público.

26 novembro, 2009

Pedro Proença, como nunca o imaginou ver

O penteadinho Pedro Proença, o árbitro do dérbi de sábado em Alvalade, apesar de ser benfiquista assumido, já vestiu a camisola do Benfica e do rival Sporting, segundo conta o «Correio da Manhã». Além de ter jogado andebol ao serviço das ‘águias’, Pedro Proença representou também a equipa de iniciados do Sporting, em 1983, ao lado de Carlos Resende, considerado o melhor jogador português de sempre da modalidade.

A frase do dia

«Ser deputado implica ser deputado e não ser deputado em part-time. Para isso existem as câmaras dos Lords. Nós somos um parlamento democrático», Jaime Gama, presidente da AR, apelando ao rigor e à assiduidade dos deputados, depois de parlamentares terem contestado o novo regime de justificação de faltas, Rádio TSF, 26 de Novembro 2009

Palavra de pensador

George Steiner, um dos grandes "maîtres à penser" do nosso tempo, recebeu hoje o grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Lisboa. Nas palavras que proferiu no final do simbólico acto defendeu que a universidade deve ter como pilares fundamentais e transversais «a Arquitectura, a Matemática e a Música». Steiner é apologista de uma universidade «ecuménica» que agregue numa mesma licenciatura diferentes áreas de conhecimento, conferindo uma maior segurança ao estudante, na preparação para a realidade que vai encontrar no seu dia-a-dia profissional. Se o ministro Mariano Gago não ouviu estas recomendações, pelo menos que alguém tenha a iniciativa de lhe contar.

Justiça Imperial

O ritmo diário de inquirições no DIAP de Aveiro tem levado a que muitos jornalistas armassem tenda à porta daquelas instalações. Há um mês que não se fala de outro coisa. Praticamente de sol a sol, tal tem sido o entra e sai de arguidos e advogados. Quem tem ganho publicidade é a Cadeia Best Western e nomeadamente o Hotel Imperial, localizado paredes-meias com o Ministério Público da cidade dos «cagaréus» e «ceboleiros».

Não há coincidências...

Em política, quase tudo o que parece, é. E há uns tipos que não disfarçam nada. Ainda por cima numa área tão sensível como a Justiça. Marinho Pinto é um deles. O homem ainda vai, pelo menos, a secretário de Estado. Por seu turno, o professor universitário e antigo juiz, Paulo Pinto Albuquerque, que tem feito uma cruzada na defesa da divulgação das escutas de Sócrates, pode ir, pelo menos, a vice-presidente da distrital de de Lisboa PSD, na lista do favorito Jorge Bacelar Gouveia. Moral da história: desconfiem sempre que um aparente novato apareça nos telejornais e no sagrado espaço chamado «Prós&Contras». Curiosamente, tanto Marinho Pinto como Paulo Albuquerque por lá estiveram na passada segunda-feira com a «senadora» Campos Ferreira. Não há, de facto, coincidências...

25 novembro, 2009

Festa «à Sporting»


Se o video não estivesse datado de Julho, eu diria, como um dos camaradas que postou no YouTube, que a pandilha sportinguista estaria a comemorar a saída do Paulo Bento do clube de Alvalade. Com muita tranquilidade e muita bebida em cima.

Ninguém investiga?

«Portugal tornou-se num destino seguro de fortunas desviadas do erário público angolano», Isaías Samakuva, lider da UNITA, o maior partido da oposição angolano, Agência Lusa, 25 Novembro 2009

A consultora de Cavaco

Cavaco está cada vez mais igual à «carneirada» dos políticos portugueses e dos dois principais partidos do arco do poder. Despromoveu Lima de assessor de imprensa, premiando-o agora com o cargo de assessor da Casa Civil. Tanta transparência, para um dos principais protagonistas do «BelémGate» por lá continuar no Palácio rosa. Para substituir Lima, Cavaco, foi buscar a jovem Ana Zita Gomes, mas com um curriculo digno de político profissional e carreirista: foi deputada social-democrata e secretária-geral da JSD. Zita não será, pelo menos na designação, assessora, mas sim consultora de comunicação. A avaliar pela jogada semântica, Lima deverá continuar a ser o «assessor» para a imprensa informal.
Como dizia no outro dia o historiador Rui Ramos, repetem-se os sinais de apodrecimento de regime. O cheiro proveniente de Belém e S. Bento começa a tornar-se insuportável.

Cortes ideológicos e editoriais

A nova directora do «Público» prometeu um corte ideológico com o passado desde que iniciou funções a 1 de Novembro. Pelo menos em termos editoriais, a primeira página, como a da edição de hoje, revela uma ruptura com o passado. Mas não tanto como se podia imaginar, até porque o ex-director, José Manuel Fernandes, começa no sábado uma coluna de opinião no jornal de onde nunca saiu.

24 novembro, 2009

O retrato do país em forma de telegrama

No blog do defunto «Semanário Privado» repesquei um artigo do advogado e ex-casapiano, Pedro Namora, em jeito de telegrama, que dificilmente teria lugar nas chamadas gazetas de referência que por aqui se publicam. Aqui vai a prosa.
Revi "O Padrinho", stop.
Entendi Sócrates, Vara; Gama; Júdice; Pinto Monteiro; Maçonaria; Pedroso; Soares; Jorge Sampaio; Rui Mateus; Fátima Felgueiras; Carlucci; Terrorismo; Camarate; Edite Estrela; Preto; stop.
Portugal necessita: bons actores, melhores sofistas, imaculados a granel, escutas anuladas, pedófilos e mafiosos perdoados, formalismo castrador, stop.
Siga a marcha, que para mais não dá, stop.
Viva a presunção da inocência decretada pelos aventais. Stop.
Viva o formalismo processual e a verdade que se fere! Stop.
Viva o triunfo do lixo, na secretaria, sobre a substância ! Stop.
Viva o país onde fazer de conta dá milhões! stop.
Viva a Fundação Soares e o pai da pátria! Stop.
Viva a face oculta de uma verdade por demais conhecida! Stop.
Vivam os democratas impolutos e os filhos da puta que se cuidem, porque a concorrência grassa! Stop.
Viva o rebanho que sai à rua "a horas certas", para eleger reiteradamente os que fazem do filme de Coppola uma pobre obra de ficção a quilómetros da realidade portuguesa. Stop.
Vivam os espertos que pontuam com frases certeiras a crítica inabalável aos bloguistas ensandecidos! stop.
Viva a marmelada entre o Pinto Monteiro e o Sócrates! Stop.
Vivam os que, bem comportados, determinaram o que significa Freeport, licenciatura na farinha amparo; face oculta com o rabo de fora; putativo engenheiro; CGD; BCP; Mota Engil; Galp; Pina Moura;Jorge Coelho; sucateiros; Expo 98. Stop.
E eu cada vez com mais vontade de comprar uma metralhadora. Stop!

Mais trabalho, menos socialização em rede

O director de informação da RTP está atento às redes sociais na sua redacção. Em entrevista ao «JN», José Alberto Carvalho refere que publicou há dias um conjunto de recomendações de «bom senso», que os «seus» jornalistas devem observar quando estão no Facebook, no Twitter ou em blogs pessoais. Mandamento um: «nunca publicar nada numa rede social que ele não possa colocar na antena da RTP». Mandamento dois: «Não é muito recomendável que um jornalista da RTP que esteja a fazer a cobertura de uma história manifeste opiniões tendenciosas no seu blog». O pivô do «Telejornal» assegura que as suas regras foram «bem recebidas» e lembra que nos Estados Unidos, já foi despedido um jornalista por causa de dois posts do Twitter.
Não sei porquê mas esta observação cheira a aviso à navegação da rapaziada da redacção da Marechal Gomes da Costa. As «twittadas» anti-executivo devem ter incomodado a central de informação informal dos ministros Silva Pereira e Santos Silva.

Investigações e alucinações

Figueiredo Dias, o «pai» do Código Penal, concede hoje uma interessante entrevista ao «Público», em que defende a tese que se a informação proveniente de um processo em segredo de justiça resultar de investigação jornalística, então não deve ser considerada violação do segredo de justiça. O eminente professor de Coimbra esquece-se é que o jornalismo de investigação já acabou, se é que alguma vez existiu por estas bandas. Agora aparece tudo nas secretárias das redacções, pela mão de funcionários judiciais, juizes ou magistrados do Ministério Público, a troco de umas massas para as férias. Basicamente a culpa pela violação do segredo judicial é de todos. É um pouco como o caso que Hercule Poirot teve para desvendar no «Crime do Expresso do Oriente». Todos eram suspeitos. Como todos detestavam a vítima, descobriu-se que todos os passageiros tiveram, directa ou indirectamente, «culpas no cartório».

Venha de lá esse abraço!

Jorge Jesus e Pinto da Costa encontraram-se numa cerimónia pública e trocaram o caloroso abraço que a primeira página de «O Jogo» documenta. Por mim nada a obstar, mas sabendo-se como os fundamentalistas futeboleiros reagem, não se admirem que este gesto acabe por sair caro ao treinador do Benfica.

23 novembro, 2009

Lições britânicas

O campeonato inglês de futebol é diferente por todos os motivos e, já agora, junto mais um: a vergonha. Os jogadores do Wigan Athletic vão custear dos respectivos bolsos a devolução do dinheiro aos seus adeptos que se deslocaram até Londres para assistir à estrondosa goleada (9-1) que a sua equipa sofreu do Totenham - a segunda mais expressiva de sempre da Premier League.
Se por cá os clubes tivessem de ressarcir as suas massas associativas pelas paupérrimas exibições e piores resultados, o melhor era decretar jogos à porta fechada. Por muito que se tivessem divertido ontem à noite, os adeptos de Alvalade seriam, por certo, os que mais jogos teriam visto à borla, tal tem sido a pobreza franciscana.

Um «dirty job» em troca de um «tacho»

Em 2005 foi Campos e Cunha que se chegou à frente ao admitir que se teria de aumentar impostos para fazer face ao défice. Uns meses depois bateu com a porta, sem estomago para ingerir o «prato» que lhe colocaram à frente para a legislatura.
Mais de quatro anos depois, foi a vez do governador do Banco de Portugal servir de voz do dono, afirmando que «aumento de impostos, não em 2010, mas até 2013». O descontrolo das contas públicas assim o obriga e nada melhor do que mandar um tipo com muitas responsabilidades e que devia estar acima dos partidos para fazer o chamado «dirty job». Constâncio é mais um caso gritante de incompetência, sempre a farejar lugares de primeira água, intramuros e fora deles. Se se confirma uma notícia veiculada há uns meses, que o governo socialista iria arranjar um poleiro dourado para Constâncio no Banco Central Europeu, trocando este de cadeira com Teixeira dos Santos, então a jogada compreende-se na perfeição. Preparem-se pois para apertar mais uns furos do cinto. Se ainda os tiverem.

Revelações de Lobo Antunes, o neurocirurgião

João Lobo Antunes está na selecta lista dos portugueses excelentíssimos. Neurocirurgião de primeira linha, com uma média de 400 operações por ano, o médico do Hospital de Santa Maria debruça-se, em entrevista ao «Ensino Magazine» de Novembro, sobre as questões éticas e filosóficas que mais o inquietam no exercício da sua profissão. Sobre matérias educativas, Lobo Antunes critica a desvalorização da memória promovida pela pedagogia moderna, o gradual desaparecimento da Filosofia dos programas escolares e a tentativa de aniquilar o livro. O médico encontra-se actualmente a preparar uma biografia sobre Egas Moniz, prémio Nobel e uma das suas referências, que deverá estar concluída em 2010. Sobre os políticos, o mandatário de Cavaco e Sampaio, admite que «haja políticos incompetentes», mas revela, de forma desarmante, possuir «uma enorme tolerância para com as fraquezas da natureza humana».
As dúvidas e as perplexidades de Lobo Antunes podem ser lidas na integra,
aqui.

22 novembro, 2009

«Tragédia» futebolística anula escutas

Perante uma «tragédia» futebolística desta dimensão não há qualquer margem para discutir o arquivamento das escutas de Sócrates. Sempre que o Benfica perde é assim. Este ano, como perde menos, a intensidade dos festejos dos anti-lampiões será ainda maior. Os SMS já começam a circular, com referências a uma alegada azia. Adivinha-se uma semana quente, ainda para mais antes do derby de sábado em Alvalade, cheia de chistes, anedotas e e-mails alusivos à derrota caseira com o Guimarães para a Taça.

Uma Justiça que é um lixo

Lisboa, 22 Nov (Lusa) - Documentos de processos judiciais, com a identificação e os contactos dos intervenientes, foram deitados nos caixotes do lixo do Palácio da Justiça de Lisboa, na via pública, um acto ilegal que viola a confidencialidade e as normas dos tribunais.
Escrituras com nomes, moradas e telefones, relações de heranças, notificações para audiência e peritagens de seguradoras com identificação das viaturas são exemplos de documentos encontrados pela agência Lusa em diversos contentores com a tampa aberta, à mão de quem passa na rua e colocados nas traseiras do Palácio da Justiça, em Lisboa.
Em apenas três sacos, das dezenas distribuídas pelos nove contentores ali instalados, a Lusa identificou várias peças processuais, incluindo uma disquete contendo uma acção judicial completa.

21 novembro, 2009

Juventude em suspenso

Esta jovem, de ar angelical, pode estar à beira de passar o resto da vida atrás das grades, caso o juiz que a julga dê provimento aos argumentos da acusação. Chama-se Amanda Knox, 22 anos, é americana, e está a ser julgada, juntamente com o seu ex-namorado, Raffaele Soleccito, em Perugia, Itália, pelo alegado homicídio violento da sua companheira de quarto, Meredith Kerchner, em 2007. O caso tem contornos sui generis. Alegadamente um jogo sexual entre estudantes, com álcool e droga à mistura, acabou mal. Um dos envolvidos já foi dado como culpado. Amanda e Soleccito conhecem o seu destino a 5 de Dezembro.

Arquive-se!

Por entender que «não existem elementos probatórios que justifiquem a instauração de procedimento criminal» contra o Primeiro-Ministro, o Procurador-Geral da República ordenou o arquivamento das escutas que envolvem Sócrates no processo «Face Oculta». Como li algures na net, existem duas Torres do Tombo em Portugal, a do Campo Grande e a da Justiça portuguesa. Ambas são um gigantesco arquivo.

A «guerra das estrelas» num cinema perto de si

Está a ser projectado como uma espécie de «guerra das estrelas» do futebol espanhol, em versão cinematográfica. É o duelo Messi versus Ronaldo, o mesmo é dizer entre o Barcelona e o Real Madrid. Joga-se domingo dia 29, em Nou Camp, e também pode ser visto em várias salas de cinema em Espanha, numa iniciativa inovadora.

A Justiça tem sentimentos

A Justiça é cega, mas tem coração. Que o diga Paulo Penedos, o jovem advogado envolvido no caso com o sucateiro Godinho. O juiz de Aveiro mostrou toda a sua generosidade ao abrir uma excepção para Penedos júnior poder passar o Natal com Penedos senior, seu pai, evitando a proibição de os arguidos se contactarem. Para a compaixão ser ainda maior, o magistrado aplicou uma módica caução de 25 mil euros ao mais novo dos Penedos. Não está mal, para quem alegadamente facturou centenas de milhares de euros com a marosca. Para finalizar, o arguido também pode continuar a deslocar-se ao estrangeiro, ao contrário do que foi requerido pelo Ministério Público. «Tem 40 anos, filhos e precisa de continuar a ganhar a vida”, justificou o advogado, Ricardo Sá Fernandes. Outro caso com todo o ar de ir direitinho para a prateleira. Ainda se acaba por descobrir que tudo afinal não passou de linhas trocadas...

20 novembro, 2009

Critérios insulares

No exótico arquipélago da Madeira até o critério para definir os «indispensáveis» para tomar a vacina da Gripe A é diferente. O «DN Madeira» relata na sua edição de hoje que no centro de Saúde de Santo António, no Funchal, o vice-presidente do Governo Regional e a respectiva famelga, passaram à frente da populaça para tomar a vacina. Diz também a notícia que muitos médicos fizeram o mesmo com os seus entes familiares, precavendo as saídas para as férias de Natal. No jardim de Alberto João os «indispensáveis» não se misturam com a ralé.

Tudo em família

Lê-se no «Correio da Manhã», provavelmente o jornal que mais pancada tem dado no Governo, que Armando Vara admitiu em 2008, para sua secretária no BCP, uma senhora que dá pelo nome de Maria Júlia da Graça Pinto de Sousa. Se o «Pinto de Sousa» soa a familiar, então diremos que estamos a falar de uma prima direita de Sócrates.

19 novembro, 2009

É este o cartão de visita da União Europeia!

Fica-se com medo só de olhar para as carantonhas destes dois cavalheiros. Mas depois de se saber que Herman Van Rompuy (quem?) e Catherine Ashton (importa-se de repetir?), foram eleitos, respectivamente, presidente permanente do Conselho Europeu e alta representante da política exterior da Europa, a sensação de desconfiança aumenta. Estes dois desconhecidos, totalmente inexperientes nestas andanças, vão representar a União Europeia perante o Mundo. Pelo menos no papel. Aparentemente fica resolvida a dúvida levantada por Henry Kissinger quando desempenhou funções como secretário de Estado norte-americano: quando se quer falar para a Europa liga-se para quem? O melhor é apontar o número do impronunciável Van Rompuy...

Batota e irracionalidade

A vitória de ontem da França devia, teoricamente, unir o país, mas está a dividi-lo, suscitando forte debate em torno da identidade nacional, já para não falar do eventual conflito diplomático entre os governos gaulês e irlandês. Jornalistas, desportistas e políticos pronunciaram-se de forma distinta sobre o que se passou no Stade de France. «Estou envergonhado de ser francês. Somos uma nação de batoteiros», tem-se escutado nos múltiplos fórum promovidos por órgãos de comunicação social gauleses. Thierry Henry (herói ou vilão?) admitiu que jogou a bola com a mão, mas que não era o árbitro do jogo. Um prestigiado comentador televisivo, Thierry Roland, afirmou, sem papas na língua: «É um escândalo e uma vergonha. Foi uma sorte ter sido contra os irlandeses, porque caso fosse com outro país, mais quente, poderia ter havido mortos no estádio». Retenho, igualmente, a frase do antigo internacional irlandês e ex-jogador do Marselha, Tony Cascarino, provavelmente a opinião mais sensata, mas também a mais utópica: «As jogadas irregulares estão a matar o futebol e se Henry tivesse admitido perante o árbitro que ajeitou a bola com a mão e o golo tivesse sido anulado, teria ganho a admiração de todo o mundo do desporto. Como não o fez, a sua reputação ficará, para sempre, manchada».
Os adeptos do fair-play erguiam-lhe uma estátua, os irracionais «talibã» do futebol, bem como os patrocinadores e as televisões com interesses no Mundial da África do Sul, certamente que exigiriam a sua cabeça numa bandeja de prata.

Sem descanso

Pinto Monteiro diz que vai «decidir sábado aquilo que me compete decidir». O senhor PGR está a falar das gravações da «Face Oculta», claro está. Grande país este, em que o Procurador toma decisões de Estado a um sábado e um primeiro-ministro se licencia a um domingo.

Mudar para quê?



Agora que tanto se fala de corrupção, nada melhor do que apresentar este video, sugerido ontem à noite na RTP-N pela «Barbie» Amaral Dias. O «clip», chamado «Você quer mudar isso?», tem origem no Brasil, na ressaca do «Mensalão», mas apresenta algumas semelhanças com a realidade portuguesa. Moral da trama: basta acenar com umas notas e já está.

A estranha psicologia das massas e dos craques

As reportagens dos canais televisivos depararam-se com uma insólita situação: apenas 5 portugueses estavam no Marquês de Pombal a celebrar a qualificação para o Mundial. Longe vão os tempos das apoteoses nas principais praças do país e as bandeiras desfraldadas nas janelas. Por muito competente que seja Queiroz, e tem o mérito de ser o treinador que conseguiu o apuramento, precisamos mesmo é de um «Scolari» (coloquei as aspas de propósito) ou até um Blazevic para agitar as massas e os nossos craques de trazer por casa. Já estivemos apaixonados pela selecção, mas agora só gostamos dela. Apenas. Depois de Queiroz (e já agora Madaíl) ir embora, contratem, por favor, um técnico com umas luzes de psicologia.

18 novembro, 2009

A mão de Henry



Confesso que sempre tive uma pedra no sapato com franceses e italianos, muito por culpa dos jogos de futebol que ambas as selecções destes países ganham devido a favores dos árbitros ou em período de descontos. Esta noite recuperei essa espécie de ódio a gauleses com a escandalosa mão de Thierry Henry que acabaria por ditar o golo de Gallas, que qualificaria a França para o Mundial, eliminando a briosa Irlanda de Trapattoni. O árbitro e o fiscal de linha fizeram vista grossa. Com as novas tecnologias do Rui Santos, nada disto acontecia.

Os lusitanos derrotaram os bárbaros

Portugal venceu a batalha e a guerra psicológica contra os bárbaros bósnios. Não há razão para euforias, mas importa sublinhar que desde 2000 não falhamos a presença numa fase final de um mundial ou um europeu. Já temos reservado o nosso comprimido para arrebitar a auto-estima no próximo Verão, entre 11 de Junho e 11 de Julho. Depois entra logo Agosto. O Governo que prepare três meses de país em piloto automático. Já não se garante que a pior selecção portuguesa da última década, mesmo com Cristiano Ronaldo, permaneça muito tempo por terras sul-africanas.

Nós vamos ao Mundial!

Há noites felizes. Alberto da Ponte e Ricardo Salgado devem estar satisfeitos. A Sagres e o BES vão ao Mundial da África do Sul.

Já nem o segredo alimentar escapa

«Manuel Godinho já come bolachas contra diabetes», título de notícia no «Jornal de Notícias», 18 Novembro 2009

17 novembro, 2009

Em nome das solidariedades socialistas

As solidariedades socialistas são para as ocasiões e arranjaram dois dos melhores advogados da nossa praça, para defender o pai e filho Penedos. Talvez nem seja preciso tanta qualidade na arte da argumentação dada a inépcia da nossa Justiça em apurar a verdade em tempo útil, mas Galvão Telles e Sá Fernandes apresentaram-se ao serviço, como causídicos veteranos, prontos para o que der e vier. «Nem que seja preciso estar aqui até à meia noite», como disse o advogado do caso Casa Pia à porta do DIAP de Aveiro.

Ocos e provincianos

O presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o quarto na hierarquia dos eleitos, encontrou-se com o sonso do PR, em Belém. À saída, com o ar e a atitude provinciana que o caracterizam, nada disse, escudando-se em não querer «pessoalizar, personalizar e individualizar» (sic) os casos da Justiça que «passou em revista» com Cavaco. Uma tirada oca, como o próprio, ao nível da frase dos documentos que ia recebendo às «bochechas» (sic). Definitivamente estamos entregues aos bichos. Um dia ainda se vai contar a verdadeira história de como chegam estas aves raras aos lugares que ocupam.

O teste e a dúvida

Mais um teste em perspectiva para a ministra e para a vacina da gripe A. O episódio de domingo em Portalegre foi apelidado de «circunstancial». O que se dirá deste no Hospital da CUF? Começo a duvidar que esta vacina tenha passado os testes todos até ser usada.

A face visível de Sócrates

O Platonismo Político chama-lhe «raridade», eu acho que é mais o momento hilariante do dia. É a face visível do nosso «primeiro».

Comissão de boas-vindas ao estilo bósnio

No dia em que se soube que o desemprego roça os 10 por cento, a comunicação social anda entretida com a algazarra de meia dúzia de bósnios na recepção da comitiva portuguesa em Saravejo. Confirma-se que só houve umas cuspidelas e uns insultos. Ninguém agrediu ninguém e a avaliar pelas imagens os jogadores portugueses até estavam sorridentes. Já estou como o «paineleiro» do Sporting, Dias Ferreira: em Portugal, acontecem coisas bem piores e ninguém diz nada. Pelo drama gerado, é melhor nem pensar na ressaca no caso de sermos eliminados por estes quase bárbaros da ex-Jugoslávia.

A frase do dia

«Não me lembro de uma crise de regime tão grave e ele (Cavaco) está fechadinho em Belém», Manuela Moura Guedes, jornal "I", 17 Novembro 2009

16 novembro, 2009

A carta



Circula pela net a carta em que Armando Vara se afasta do conselho de administração do BCP e que contém uma lamentável gralha na palavra «suspenção». Não se acredita que Vara não saiba português. Provavelmente uma secretária menos atenta deixou passar o «gato», antes de lhe colocar a assinatura digitalizada do homem. A tese ganha força quando se constata que «suspensão» está bem escrito duas linhas atrás do erro crasso e à palavra «renuncia» fica a faltar um elementar acento.

A frase do dia

«O que se passa na Sicília hispânica é problema daquela gente», Alberto João Jardim, sobre o caso Face Oculta, Jornal «I» Online, 16 Novembro 2009

Cenas de um assalto falhado

Aconteceu no Algarve, com um assaltante romeno pouco experiente.