07 julho, 2009

Polémica queirosiana

Em entrevista ao diário "I", Maria Filomena Mónica acusa o catedrático Carlos Reis, da Universidade de Coimbra, de liderar uma guerra por causa da biografia de Eça publicada pela socióloga . Leigo, ignoro quem terá razão, e à partida Carlos Reis e o seu círculo de queirosianos têm alguma obrigação de saber bastante sobre o escritor. No entanto, não doa as mãos a quem o sovar. Ignoro de quem é a responsabilidade mas a Imprensa Nacional Casa da Moeda anda não tarda há 20 anos a publicar a edição crítica da Obra de Eça de Queirós, sob direcção do catedrático coimbrão, e aquilo não ata nem desata. Dos romances essenciais, conseguiu pôr cá fora o Crime do Padre Amaro, ainda por cima em edição de luxo, cara, bonecada e tudo, a € 37,5. No resto, fez-se A Capital (já em 1992), O Mandarim (1993), o Alves & Cia. (1994) e a Ilustre Casa de Ramires (1999), uma série de Textos de Imprensa, os Contos póstumos e a tradução d’As Minas de Salomão. Se calhar o ritmo dos doutorandos do Professor Doutor de Coimbra, meu Deus, não é adequado às encomendas. Ou talvez o pequeno número de candidatos aos cursos de letras tenha diminuído o número e a qualidade dos potenciais cientistas da área. Só que parece-me que até eu (que prefiro ensaios políticos e não, não me estou a chegar à frente) já teria dado conta da empreitada.

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