Vara, de caixa em Mogadouro à reforma dourada na CGD
- a vida inspira-o
Ainda espantará alguém o facto de Armando Vara ter sido promovido na Caixa Geral dos Depósitos, com o consequente reflexo na pensão que vai auferir, quando já a deixara para assumir o cargo de vice-presidente do BCP? Em 2004, Mira Amaral deixou o banco público com uma pensão mensal de 18 mil euros, que acumulou com a pensão de deputado. Sócrates, tão moralizador a aplicar retroactivamente as novas leis para a contagem da reforma e das pensões a portugueses que tinham trabalhado quase 40 anos com outras regras e esperanças, não se preocupou em usar a mesma retroactividade às pensões e acumulações dos miras amarais. Em Julho de 2005, já em fase moribunda, "O Independente" noticiou que o Banco de Portugal gastara 1,2 milhões de euros em carros de luxo. As encomendas tinham incidido sobre viaturas BMW, Audi, Mercedes e até Jaguar. O Governador do Banco, Vítor Constâncio, que tanto vinha apoiando Sócrates nos cortes orçamentais, pensões e reformas da Função Pública, não se demitiu nem morreu de vergonha. Entretanto, em Maio último, Vítor Bento, que pedira uma licença sem vencimento do Banco de Portugal para assumir a bem remunerada presidência da SIBS, foi promovido no banco central, sendo-lhe atribuído um aumento de 720 euros para a nova função. Se decidir regressar ao Banco de Portugal terá direito a um novo vencimento. Em caso de reforma, cenário provável pois o homem da moralizadora SEDES está enfermo, o aumento reflectir-se-á sobre a pensão. Há tempos, o professor universitário Alfredo Bruto da Costa mostrava que grande percentagem dos pobres portugueses eram trabalhadores e reformados. Afinal, nem todos os ex-caixas de um banco conseguem chegar à sua direcção, não é Dr. Vara?
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