Quem já esteve nas galerias do Parlamento sabe que a segurança é apertada para os visitantes, que são encarados pelas forças da autoridade como grupelhos de perigosos terroristas. Ao mais pequeno toque de um telemóvel, o visitante é convidado a sair em três tempos, enquanto os senhores deputados conversam alegremente com o aparelho colado ao ouvido, como se nada fosse. Trabalho político, certamente. Hoje, a polícia teve um dia de acção. Um revoltado pela rejeição do projecto do casamento dos homossexuais gritou, várias vezes: «Velhos e novos, todos cobardes», «homofóbicos, velhos e novos, todos cobardes». Foi obrigado a sair da sala, depois da ordem para destroçar dada por Jaime Gama, e os restantes, que permaneceram na galeria, seguiram a votação em silêncio. O País do «Magalhães» continua entretido com as minudências, o folclore e os lugares comuns.
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