Completamente abafados pelo “sistema”, os jornais desportivos portugueses transmitem uma inquietante espiral de silêncio sobre os bastidores, vulgo "podres", do futebol indígena. Para se saber novas do “apito dourado” é preciso consultar um qualquer jornal de cariz generalista. Na imprensa especializada o silêncio é de ouro. Os ditos jornais desportivos, que mais não são do que uma quase obscena montra da monocultura futebolística, queimam páginas e páginas com fait divers, entrevistas sensaboronas e amplas reportagens sobre as chegadas contentores de jogadores ao aeroporto de Lisboa, sempre profusamente ilustradas, assemelhando-se quase às revistas cor de rosa.
É confrangedor ver que três desportivos diários façam tão pouco e em vez de investirem na investigação, o façam no campo da opinião. O “Record” reforçou-se com Rui Santos, o professor Marcelo do pontapé da bola, enquanto “A Bola” reuniu a galáctica equipa de “senadores”, constituída pelos desequilibrantes Rui Moreira, Silvio Cervan e Rogerio Alves. Estranhas prioridades e uma pobreza franciscana de fazer chorar as pedras da calçada...
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