28 agosto, 2007

A espiral de silêncio

Completamente abafados pelo “sistema”, os jornais desportivos portugueses transmitem uma inquietante espiral de silêncio sobre os bastidores, vulgo "podres", do futebol indígena. Para se saber novas do “apito dourado” é preciso consultar um qualquer jornal de cariz generalista. Na imprensa especializada o silêncio é de ouro. Os ditos jornais desportivos, que mais não são do que uma quase obscena montra da monocultura futebolística, queimam páginas e páginas com fait divers, entrevistas sensaboronas e amplas reportagens sobre as chegadas contentores de jogadores ao aeroporto de Lisboa, sempre profusamente ilustradas, assemelhando-se quase às revistas cor de rosa.
É confrangedor ver que três desportivos diários façam tão pouco e em vez de investirem na investigação, o façam no campo da opinião. O “Record” reforçou-se com Rui Santos, o professor Marcelo do pontapé da bola, enquanto “A Bola” reuniu a galáctica equipa de “senadores”, constituída pelos desequilibrantes Rui Moreira, Silvio Cervan e Rogerio Alves. Estranhas prioridades e uma pobreza franciscana de fazer chorar as pedras da calçada...

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