O autor deste blog, um não fumador convicto, mas que rejeita teorias fundamentalistas, acusou o toque do comentário feito no post anterior e foi ler o artigo de VPV que agita as massas. Ponto prévio: VPV é um militante intransigente do fenómeno tabagista. Como eles, há outros e outras, que me são bem familiares. Respeito, tolero, mas acho que tudo tem limites. Contudo, sou dos que discorda que se ergam novos “guetos” em bares, cafés, restaurantes com base numa senha persecutória intolerante para com os que gostam, sofregamente e muitas vezes como um reflexo condicionado, de levar um cigarro à boca. O que se exige é tolerância mútua.
Sou novinho, mas lembro-me bem daquele anúncio em que em pleno restaurante uma senhora a degustar a sua refeição era invadida por uma espessa nuvem de fumo vinda de um fumador inveterado que nem ligava à vizinhança para saciar a sua necessidade. Perante a indiferença do cavalheiro, a senhora indignada, disse: “Espero que a sua refeição não esteja a incomodar o seu fumo”. Lapidar. Pedagógico. Isto foi há uns bons 20 ou 25 anos. Da prevenção passou-se à repressão. Duvidamos se será boa política. E com toda esta discussão estéril lá se vai enganando os papalvos, desviando as atenções do que realmente é importante nesta sociedade desigual, corrupta e cheia de vícios, bem mais perniciosos que o fumo.
Sou novinho, mas lembro-me bem daquele anúncio em que em pleno restaurante uma senhora a degustar a sua refeição era invadida por uma espessa nuvem de fumo vinda de um fumador inveterado que nem ligava à vizinhança para saciar a sua necessidade. Perante a indiferença do cavalheiro, a senhora indignada, disse: “Espero que a sua refeição não esteja a incomodar o seu fumo”. Lapidar. Pedagógico. Isto foi há uns bons 20 ou 25 anos. Da prevenção passou-se à repressão. Duvidamos se será boa política. E com toda esta discussão estéril lá se vai enganando os papalvos, desviando as atenções do que realmente é importante nesta sociedade desigual, corrupta e cheia de vícios, bem mais perniciosos que o fumo.
1 comentário:
TESTEMUNHO DE UMA FUMADORA
Também sem fundamentalismos quero apenas sublinhar algumas coisas. Se para quem não fuma, é suficientemente incómodo o cigarro do vizinho e prejudica a sua saúde, também para quem é fumador compulsivo (ou não) é extremamente ingrato perceber que nesse universo de não fumadores, o terrorismo não tem fronteiras.
Concordo com a nova lei do Tabaco. Sem hipocrisias, considero útil que, em locais públicos e de trabalho, a proibição de fumar se implemente. Nos restaurantes, também. Até porque se não há bom senso de parte a parte, estou quase como o Miguel Sousa Tavares em relação às criancinhas: não tenho de levar com a cara feia e o pior lado dos não fumadores. Porque é disso que se trata. É tão fundamentalista o fumador que não respeita o espaço de quem não fuma, como o não fumador que se transforma num ser ignóbil e falso moralista perante o fumo dos outros.
Bem sei que o meu fumo está a matar-me. Mas acima de tudo, sei, que o meu cigarro está a destruir a saúde dos que não fumam. Tenho bom senso, ao contrário de muitos fumadores que pensam que no acto de fumar só têm direitos e não deveres. Mas, esta nova lei servirá também para uma outra coisa. Separar os fumadores dos que não fumam. O meu cigarro já não vai incomodar ninguém. Nem eu terei de levar com as antipatias dos fundamentalistas que estão do outro lado da barricada.
Só os meus amigos resistirão. Porque esses estão lá e serão autênticos. Mesmo os que não suportam o meu cheiro a nicotina diariamente. Como o autor deste blogue, por exemplo!
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