05 outubro, 2009

O contagiante espírito olímpico

Os brasileiros foram assaltados pelo espírito olímpico. Os «media» não escaparam à onda de euforia desatada após a escolha do Rio para cidade organizadora dos J.O. 2016. E para um momento inesquecível só uma capa especial para celebrá-lo. Não há relatos de que os sectores conservadores se tenham insurgido contra a brincadeira da «Veja».

A espinha encravada

Rui Rio é a espinha encravada de Pinto da Costa. O político sabe-o e faz disso um dos seus maiores créditos aos olhos da opinião pública. O presidente do FC Porto dominou, política e desportivamente, durante anos a fio até chegar o autarca do PSD que deverá revalidar o seu mandato na presidência da câmara da «invicta», esmagando a socialista Elisa Ferreira. Se a vitória de Sócrates não deixa de ter o seu quê de intrigante depois da onda de protestos que varreu o país, a previsível terceira vitória de Rio, e por números sem contestação segundo as sondagens, ainda causa mais estupefacção, sabendo-se que o principal clube da cidade e da região, o jornal mais representativo do norte e os grandes protagonistas culturais e artísticos, Abrunhosa, Burmester e Reininho, estão todos com o PS, desancando a gestão de «merceeiro» de Rio. Algo está errado. Começo a ser tentado a concordar com os que defendem que o que faz falta é um bom exercício de autoridade. Não moro no Porto, mas é provável que Rio execute este exercício como o povo gosta. Um exemplo para testar, um dia, a nível nacional, mesmo que ele recuse a ideia. Parafeaseando João Soares, «no amor, na política e na religão, nunca digas desta água não beberei».

Lisboa, Tejo e um blog

A campanha eleitoral para as autárquicas arrasta-se penosamente a menos de uma semana do «dia D». Os candidatos em compita são demasiado cinzentos para uma cidade com tanta dinâmica e potencial. Que o diga o blog «Diário de Lisboa», através de uma competente ilustração fotográfica de pessoas e estilos de vida em Lisboa. Altamente recomendável.

O candidato da «vichyssoise»

Se a carreira política de Cavaco terminar no final do primeiro mandato presidencial, as eleições para a corrida a Belém no ano 2011 arriscam_se a ser um duelo entre Alegre e Marcelo. Entre um poeta e um resistente contra a ditadura e um académico de mérito, também conhecido por ter mnergulhado num Tejo encardido e por dar umas petas.
O episódio da «vichyssoise» fica para os anais. Este prato ficou mais conhecido quando, há uns anos atrás, Paulo Portas resolveu contar na televisão uma história sobre Marcelo Rebelo de Sousa. Rezava então o jornalista do «Independente» que certo dia procurou saber junto do professor como havia decorrido determinado jantar restrito. Marcelo descreveu-lhe todos os pormenores: quem lá estava, o que haviam falado, até o que haviam comido. Dizia Paulo Portas que Marcelo chegou ao ponto de lhe referir o detalhe da refeição ter começado por uma «vichyssoise». Afinal, soube-se mais tarde que o jantar fora adiado e que não houve «vichyssoise» alguma. Assim acabou a segunda AD, mesmo antes de ter sido constituída.
A conjuntura é, contudo, favorável a Marcelo. Se prevalecer nas urnas o encanto dos portugueses por «encantadores de serpentes» e mentirosos profissionais, vencerá o académico.

Portugal positivo

Um dos melhores jornais do mundo, diz que temos o melhor mestrado do mundo em Gestão Internacional. Cá para mim esta é a notícia do dia. Os «media» detestam esmiuçar o país positivo e o que realmente funciona. A coisa é capaz de valer uma breve nas gazetas e 10 segundos nos telejornais.