29 setembro, 2009

Declaração de impotência e derrota

Após mais de 40 dias de estranho silêncio, Cavaco despejou o saco sobre o tema das escutas. O registo empregue pelo Presidente nesta «declaração à comunicação social», em horário nobre para o povo ver, foi de todo atípico para um Chefe de Estado. Cavaco falou em «manipulações», «mentiras» e tentativas de o «colarem» ao PSD, atacou fortemente o partido do governo, na pessoa dessas insignificâncias chamadas José Junqueiro e Vitalino Canas, mas ficámos com sensação que o ex(??)-assessor Lima (afinal, parece que ainda circula nos mentideros da Presidência) esteve mesmo a «manipular» um jornalista do «Público» para escrever determinada notícia. Sucede que, como justificou repetidamente o PR, ninguém está autorizado a falar em seu nome, logo a notícia divulgada sobre as alegadas escutas é uma falsidade.
Três conclusões:
- A «guerra civil» entre S. Bento e Belém prossegue dentro de momentos.
- Salvo imprevisto, Manuel Alegre já pode pensar na decoração do palácio rosa a partir de 2011.O Sócrates promete ajudar.
- Com actores deste nível, o país é, de facto, politicamente ingovernável.

Frase vencedora do prémio «Tás aqui, tás a levar outro processo»

«Sócrates, o negociador? Isso seria como pedir ao Conde Drácula: 'A partir de agora, só sumos naturais, se faz favor», João Miguel Tavares, jornalista que tem um processo em tribunal movido pelo Primeiro-Ministro, in "Diário de Notícias", 29 Setembro 2009

O inventor da «inventona»

Depois da urdidura e da cabala, o «clone» socrático inventou a «inventona», para caracterizar o «Watergate» dos pastéis de Belém. Diz a SIC que o vocábulo não existe no dicionário. Por via das dúvidas, oiça-se o professor Malaca Casteleiro.