10 outubro, 2012

Uma certidão de óbito e um estado comatoso

Dois títulos de referência na imprensa ibérica, o «Público» e o «El País», estão a sofrer um processo de emagrecimento radical. O jornal do tio Belmiro, cansado dos prejuízos acumulados de anos e anos, vai mandar meia centena para casa, enquanto o jornal do grupo Prisa, liderado por Cébrian, dispensa cerca de um quarto do meio milhar de trabalhadores do seu plantel. A paisagem mediática ibérica vai sofrer os efeitos de um tremendo furacão que promete não deixar pedra sobre pedra. Temo que o «Público», que acaba de receber a sua certidão de óbito, não passe de 2013, enquanto relativamente ao «El País», um pilar do capítulo democrático espanhol, ou os trabalhadores e a sociedade civil - necessariamente mais inconformada do que a nossa - se movimentam ou então teremos, dentro de pouco tempo, uma folha de paróquia desacreditada pelos quiosques dessa Europa fora.