A «carneirada» é ordeira e não levanta ondas

A «carneirada» da comunicação social portuguesa, enviada especial a Milão, comeu e calou. Deu mais um exemplo de subserviência ao não ripostar à arrogância de Mourinho, que recusou falar em português, abrindo uma excepção para um repórter inglês. No final da «conferenzia de stampa» os «meninos» lusos estavam todos de microfone em punho de volta da «star», como se nada fosse. Esta noite, nos telejornais do «rectângulo», o assunto foi passado como se de um fait divert se tratasse. Curiosamente nos despachos das agências internacionais constantes nos principais sites informativos a lamentável frase é muito repetida: «Non sono qui per parlare in portoghese» (Mourinho dixit).

No PSD os relatórios medem-se em centímetros

Trabalhador incansável, Ribau Esteves está a preparar um denso dossier sobre o ponto de situação do PSD para entregar a Manuela Ferreira Leite. O ainda secretário-geral dos sociais-democratas revela hoje à imprensa que o relatório terá... «40 centímetros». Será que também nos relatórios o tamanho conta?

Alegre e o Palácio da Ventura

A esquerda radical tomou de assalto o Teatro Trindade para um comício/festa Alegre. Não foi anunciado oficialmente, mas é provável que o evento tenha marcado o lançamento da campanha eleitoral de Manuel Alegre para as eleições presidenciais em 2010. O poeta, que como não podia deixar de ser, sonha, quer multiplicar o milhão de votos alcançado nas urnas, em 2006. Como para sonhar (ainda) não se paga imposto, Alegre pode inspirar-se no soneto de Antero de Quental intitulado «O Palácio da Ventura». Ele é uma espécie de cavaleiro andante que busca um palácio, que na vida real, se chama Belém, mas de facto, nunca consegue alcançá-lo.

Política de emoções

É comovente e terno ouvir Manuela Ferreira Leite e Paulo Portas falarem, quase com as lágrimas nos olhos, das dificuldades dos pensionistas e das desigualdades sociais, eles que integraram um governo que fez do combate ao défice a condição absoluta para a salvação. De facto, a política portuguesa está como o tempo. Trocada. Ainda se descobre que está a ser condicionada pelo «efeito de estufa».

A frase do dia

«O ciclo de Sócrates acaba no dia em que ele perder a maioria absoluta», Paulo Portas, presidente do CDS, em entrevista a Constança Cunha e Sá, TVI, 3 de Junho 2008

Washington, the day after

Washington, a capital do império, destruída depois de um atentado nuclear. Praticamente só resta a cúpula do Capitólio. É este o mote de um videogame, chamado «Fallout 3», alojado no site da Al Qaeda. Inquietante ou como o virtual se pode tornar um dia realidade.

Arriverdeci, «Il Special Uno»

Estou revoltado: José Mourinho recusou-se a responder em português a um jornalista da SIC na conferência de imprensa de apresentação do treinador no Inter de Milão. Arrogante, as usual, e com um ar muito apalhaçado, querendo demonstrar que o professor de italiano fez milagres, «Il Speciale Uno», demonstrou todo o seu carácter, falando apenas o idioma transalpino, tendo aberto uma excepção, respondendo em inglês a um jornalista britânico. «No more english», disse depois, reconhecendo que tinha metido a pata na poça. Vergonhoso. Humilhante. Deixei de ter orgulho em Mourinho. Um tipo que renega as suas origens, nunca pode ser uma referência para a nação que o viu nascer. Arriverdeci!