05 junho, 2011

Estilhaçado

O PS não perdeu por poucos e Sócrates decidiu ir tratar dos dois filhotes adolescentes. A porta de vidro que se partiu com estrondo quando o engenheiro entrava na sala do Altis para o discurso de derrota é a metáfora da noite. O mito durou 6 anos. Mas tal como acontece com o presidente do conselho, Oliveira Salazar, ainda haverá por aí alguns saudosistas de Sócrates.

Flash eleitoral

Os portugueses despediram, sem direito a justa causa, José Sócrates. Passos Coelho entra para o seu lugar, bem remunerado (leia-se um grande score eleitoral), mas tem pela frente um trabalho cheio de espinhos deixado pela rosa socialista. Portas vai ser mesmo o Nick Clegg português. Jerónimo e a CDU não aquecem, nem arrefecem. O Bloco faz um regresso até 2005, perdindo boa parte do seu eleitorado.

De recorde em recorde

A campanha não foi mobilizadora, mas o apelo tardio do PR também caiu em saco roto. Em perspectiva, mais um recorde de abstenção em eleições legislativas. Os políticos estão no grau zero da popularidade.

A pergunta que se impunha


O verdadeiro jornalismo de vampiros atinge o seu zénite à porta de uma mesa de voto. Quando o putativo primeiro-ministro aparece, a confusão dispara. Com o leque de perguntas a escoar-se devido à reserva que os candidatos devem manter em plena jornada eleitoral, uma jornalista da SIC fez a pergunta do dia a Passos Coelho: «Porque é que ainda vota aqui?». O presidente do PSD mora em Massamá, concelho de Sintra, mas votou em Alfornelos, na Amadora. Idiota por idiota mais valia ter perguntado ao presidente do PSD qual a ementa do almoço familiar de domingo ou se ia ver algum filme ao cinema.