14 julho, 2010

Um ladrão altruísta

A RTP foi à rua ouvir o que os oeirenses têm a dizer sobre o seu autarca, condenado pela justiça a uma pena efectiva de 2 anos. Os inquiridos, não sabemos se escolhidos por sorteio ou pela linda cor dos olhos, não se fizeram rogados e o tom das respostas foi, em traços gerais, o seguinte: «Ele até pode roubar, mas tem obra feita».
Estamos cada vez mais parecidos com o Brasil, em que os candidatos do tipo Isaltino foram apelidados de «eu roubo, mas faço». Para sermos ainda mais felizes só nos falta o petróleo e o crescimento económico. As raparigas bonitas e as caipirinhas já cá temos, prescindimos da importação.

Livraria ideal

Nunes Liberato, o chefe da Casa Civil do professor Cavaco, andava ao princípio da noite de hoje, na Fnac do Colombo, esvoaçante entre a secção de livros de política e de turismo. Parecia estar a fazer tempo, sem fito concreto em qualquer obra. Não se confirma que o braço direito do Presidente tenha ido a uma das livrarias mais concorridas da capital para levar todo o stock disponível dos livros de poemas de Alegre e os de ajuda humanitária de Nobre, nem sequer que o baixinho Liberato tenha perdido o seu tempo a passar os olhos pelo «best-seller» do momento, «Alberto João Jardim - O Rei da Madeira», a biografia não autorizada do grande líder insular.

A boca do dia

«O valor mediático do alpinista João Garcia é de seis milhões de euros. Vou ali queimar a ponta do nariz e já venho», lido (algures) no Facebook, 14 Julho 2010

Não há publicidade grátis

O Crespo anuncia, com um ar solene que até irrita, que o suplemento dedicado a Portugal hoje publicado no «Financial Times» (FT), que inclui uma entrevista com o incorrigível optimista Mr. Sócrates, custou 240 mil euros, pagos por empresas públicas nacionais e outras privadas, com negócios com o Estado. Sinceramente não me choca demasiado, considerando o despautério que por aí anda em termos financeiros. Há malta que insiste em preocupar-se com as migalhas. Estamos fartos de ouvir dizer que é preciso «vender» o país lá fora. Se o «FT» é dos jornais mais prestigiados do mundo, não vejo qual é o drama.
PS: Já sei que vou despertar a ira de assíduo visitante deste blog, mas custa-me mais ver o seleccionador nacional «abichar» 700 mil pela participação do Mundial. Mas como se mencionava no post anterior, é tudo uma questão de critério.

Uma questão de critério

Confesso que tenho dificuldade em perceber os critérios do alinhamento dos telejornais. A partida da selecção nacional para o mundial de futebol abre o noticiário, uma medalha de ouro num europeu ou num mundial de atletismo também merece honras de abertura de «telejornal», mas a vitória de um português numa etapa da mais prestigiada prova ciclista do planeta tem apenas 5 minutos de noticiário às...20h50. Leram bem. Com o pormenor histórico de que um português não subia ao pódio mais alto do Tour há mais de 20 anos. Não deve ser para perceber.

Paulinho, o Rei na Bastilha

Vitória portuguesa no Tour de France, na localidade alpina de Galp, no dia da Bastilha. Sérgio Paulinho é o quarto português, depois de Joaquim Agostinho, Paulo Ferreira e Acácio da Silva, a ganhar uma etapa na mais prestigiada prova de ciclismo do mundo.

A frase do dia

«Ontem, ao ver na televisão o Ferrari de Cristiano Ronaldo derrapar, fugindo de traseira, para escapar aos paparazzi, lembrei-me da Princesa Diana, e assaltou-me um pressentimento terrível de que esta história...tal como a da Princesa, ainda vai acabar mal», Domingos Amaral, Correio da Manhã, 14 Julho 2010

Fim de «fiesta»

Terminaram os «encierros» de S. Fermin, em Pamplona. Este ano com dezenas de feridos a registar, mas sem mortos. Para o ano há mais «fiesta» brava.