


O Egipto viveu hoje o seu Heysel africano, 27 anos após os trágicos acontecimentos registados no estádio de Bruxelas. Um jogo de forte rivalidade desportiva entre o Al Masri e o Al Ahli, a equipa de Manuel José, em Port Said, no norte do país, foi incendiado pela divisão política da nação, no período pós-Mubarak e primavera árabe. Cerca de uma centena de adeptos e polícias morreram asfixiados ou sucumbiram a ferimentos na cabeça. Jogadores encurralados à espera de protecção policial e balneários convertidos em morgues improvisadas foi o cenário desta noite em Port Said. Um milhar de feridos, mais de uma centena em estado grave. Em Port Said, ou o «Porto Feliz», na tradução do árabe, que afinal foi trágico. Suprema ironia.