skip to main |
skip to sidebar
Na melhor das hipóteses 15 dias para um governo tomar posse? Estamos à espera que contem os votos dos emigrantes portugueses? E só para a semana é que se ouvem os partidos representados no Parlamento? Só mesmo num país terceiro-mundista. Era o que faltava no dia 23, no Conselho Europeu, Portugal ser representado por um político que os portugueses despediram com um valente pontapé no traseiro. Nem que fosse preciso trabalhar e fazer contactos e negociações para o novo governo dia e noite, o governo teria que estar empossado até ao próximo fim-de-semana. Tomada de posse formal no Palácio da Ajuda com centenas de convidados? Para quê? Não querem agilizar o processo? O país não pode esperar. Ou será que pode?
Já se sabe que por detrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher. No caso de Passos Coelho...há duas. Bem, não estou a especular que o primeiro-ministro eleito é infiel, mas boa parte da vitória deve-se à senhora da foto, Alessandra Augusta, uma «marketeira» brasileira de 40 anos, jornalista de formação e com mais de 30 campanhas eleitorais feitas no Brasil, que aconselhou e seguiu o presidente do PSD para todo o lado nas últimas semanas. Diz fonte que bebe do fino que o «olheiro» decisivo para a contratação da «zuca» foi Miguel Relvas, conhecido pelas suas frequentes incursões a terras de Vera Cruz, ávido de conhecer novos talentos, quase sempre femininos, para si e, já agora, para o seu partido. Dizem que no caso em apreço foi o chamado «2 em 1». Se a moça fica por cá, vai ser o Edson Atayde de saias. Resta saber se também tem um Tio Olavo.
O repórteres televisivos são os reis da banalidade. Na ânsia de se atropelarem uns aos outros para ver quem vomita as questões mais patéticas aos candidatos, o «como se sente?» ou «está nervoso?», figuravam na «pole-position» das perguntas obrigatórias. Eis que agora têm um forte concorrente à altura, que ontem e hoje voltou a ouvir-se: «Dormiu bem?». Pela forma como as coisas evoluem, não seria surpresa que na escalada de tonteria ouvir-se num futuro próximo: «com quem dormiu?»
Alguns dos «treinadores de bancada» que tenho ouvido nas tertúlias televisivas e radiofónicas acham que o governo de maioria de direita pode não cumprir até ao fim os quatro anos de legislatura. Se calhar o melhor era seguir o exempo belga, sem governo vai para um ano e não consta que o país esteja em risco de desaparecer.
«Não pretendo ocupar nenhum cargo político nos próximos anos», José Sócrates, secretário-geral demissionário do PS, TSF Online, 5 Junho 2011
Gostei de ver, à passagem de Passos Coelho no Hotel Sana, a jornalista(?) Inês Serra Lopes, completamente possuída com o triunfo social-democrata, aos beijos e aos abraços à malta do aparelho laranja. Não é de admirar que amanhã apareça na televisão e a escreve nos jornais como grande arauta da independência e da isenção. Que lata!
Os portugueses escolheram Passos Coelho para primeiro notário do acordo firmado entre a troika e o cessante governo socialista. Portas vai ser o notário-adjunto, mas a negociação para a atribuição dos «tachos» promete ser dura. Livramo-nos de um que era intragável e que já tinha expirado o prazo de consumo, e agora temos dois à perna. Sobre um deles conhecemo-lo de ginjeira, o outro temos uma vaga ideia. Tem boa voz para cantar o hino, mas isto não vai lá com sopranos.