20 abril, 2009

Foram-me ao bolso!

Farto de «lhe irem ao bolso», politicamente falando, Cavaco «despejou o saco». Sem se esperar. Provavelmente para esvaziar as expectativas que se criavam para o discurso do 25 de Abril. A «Rainha de Inglaterra» cá do burgo, pouco ou nada pode fazer, mas pode manifestar o direito à indignação, mesmo que resista a pronunciar-se sobre «assuntos de Estado», como o Freeport. Com recados e contra-recados, a actualidade política está a ferver. Amanhã, na entrevista à RTP, o Primeiro-Ministro deverá dizer as relações entre Belém e S. Bento estão na paz dos anjos. É mais uma mentira. Mais uma, para enganar o pagode. Sócrates só conta com ele próprio e com a sua capacidade de sobreviver aos escândalos que o vão enlameando. O seu grande teste é saber se quatro anos depois os portugueses têm a confiança suficiente neste homem para lhe comprar um carro em segunda mão.

Romantismo italiano

O artista Filippo Panseca pintou um quadro com o primeiro-ministro, Berlusconi, e a ministra de igualdade de oportunidades, Mara Carfagna, a musa pela qual o poderoso político italiano confessa ter uma paixão assolapada, tendo garantido que contrairia matrimónio, caso não estivesse casado com a sua esposa, Veronica Lario. A polémica está servida, mas o artista frisou que este trabalho visa apenas «homenagear» Berlusconi. Ninguém diria.

Fechados para balanço

Outro «buraco». O do futebol. Boavista, V.Setúbal e E.Amadora não deverão sobreviver às dificuldade financeiras que praticamente inviabilizam o seu futuro como instituição. Os «axadrezados», campeões nacionais há meia dúzia de anos, estão à beira da despromoção para a divisão de honra. Ninguém questiona a responsabilidade do clã Loureiro, após mais de 20 anos de gestão, no descalabro. Os «amigos do Boavista» fazem manifestações pela cidade a pedir ajuda da Câmara municipal. Ninguém lhes vale. Lamentavelmente, o Boavista não é o FC Porto, o Sporting e, muito menos, o Benfica. Como dizia hoje um convidado do «Nós Por Cá», na SIC, quando questionado o que fazia se mandasse no País: «Fechava por 20 anos o futebol profissional em Portugal». Lastimavel o desemprego que causava, mas talvez não fosse má ideia.

O túnel do Costa

João Soares teve o seu túnel, o da João XXI. O túnel de António Costa começou hoje a ser construído, na Avenida de Berna, em Lisboa, uma das principais artérias da cidade e entrada prioritária de quem vem da auto-estrada de Cascais e da Ponte 25 de Abril. Dizem os bombeiros que o abatimento do colector de esgotos, provocou um buraco de 2 por 3 metros. Aparentemente pequeno, mas que, se a sorte não tivesse bafejado os condutores lisboetas, podia, perfeitamente, ter engolido o equivalente a dois autocarros. As obras deverão demorar cerca de uma semana, deixando semi-bloqueada a avenida. Lisboa, está assim. Ao abandono, desmazelada, sem norte. Já nem o solo que pisamos está seguro. Resta-nos confiar na sorte e encher-nos de coragem para a eleição autárquica no próximo Outono.

Monárquico suicida

O «Prós&Contras» vai ter de reforçar a segurança na Casa do Artista. As ameaças sucedem-se, numa escalada preocupante. Os excluídos pela Dona Fatima Campos Ferreira prometem endurecer os seus protestos. Hoje, foi a fez do candidato do PPM às europeias, o jornalista Frederico Duarte Carvalho, ameaçar «meter-se à frente dos carros» dos participantes no programa, afectos a PS, PSD, PCP, BE e CDS, ou seja, todos os partidos com assento parlamentar.

A frase do dia

«A corrupção devia ser legalizada e os corruptos obrigados a divulgar o que roubam. Preto no branco, sem virgulas ou pontos finais», António Ribeiro Ferreira, Correio da Manhã, 20 de Abril 2009