04 maio, 2010

Interrogatório por escrito

Tinha curiosidade em saber quem é o «escravo» do gabinete do Primeiro-Ministro instruído para redigir as respostas às 80 perguntas dos deputados da comissão de inquérito ao negócio TVI/PT. Teme-se que as respostas sejam ponderadas e reponderadas (lembrei-me do aviso de Cavaco sobre os investimentos públicos) durante vários dias, para que Sócrates não seja apanhado em falso. Até as virgulas vão contar. Se o questionário fosse do tipo teste americano, as respostas mais frequentes seriam, «não sei» e «não me lembro». Nestes moldes, a orientação não deve ser muito diferente. Que ninguém espere que o «mágico» de S. Bento tire coelhos da cartola.

A frase do dia

«(Benfica vai ser campeão) Até com a minha avó ao colo», Toni, ex-treinador do Benfica, TSF, 4 Maio 2010

Olha que dois!

O restaurante «De Castro Elias», em Lisboa, está tão na moda que até irrita. A comida nem surpreende e os preços são acima da média, mas o espaço, apesar de exíguo, atrai clientela de alto coturno, especialmente da área política. Há pouco, alguns minutos após saberem que foram absolvidos pelo tribunal, era ver Carmona Rodrigues e Fontão de Carvalho, em amena cavaqueira, à porta daquele restaurante das Avenidas Novas. O colectivo de juiz ilibou o elenco camarário no processo dos terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular, alegando que quem viabilizou a permuta de terrenos foi a assembleia municipal e não a gestão camarária. Fica sem se apurar o responsável pelo «buraco» de milhões na autarquia. O costume. É dificil arranjar culpados nos casos de corrupção e favorecimento em Portugal. O melhor mesmo é um bom repasto para comemorar a inépcia do sistema.