19 janeiro, 2009

Planeta Obama

Os americanos dizem que é o maior acontecimento do mundo depois do nascimento de Jesus Cristo. A tomada de pose ou «inauguration» de Barack Obama acontece, amanhã, às 5 da tarde portuguesas, para uma audiência planetária. As expectativas em torno do primeiro negro a chegar à Casa Branca são quase messiânicas, o que faz com que o seu discurso seja aguardado com enorme expectativa. Mas, para colocar água na fervura, o presidente eleito já disse para os americanos se prepararem para frustrações e revezes na sua administração. O esquema de segurança em redor do evento será, justificadamente, quase paranóico. 40 mil agentes estão mobilizados para controlar 2 milhões de pessoas esperadas em Washington DC. Os movimentos extremistas brancos não se conformam com o triunfo eleitoral de Obama e, ao mais pequeno descuido, podem atentar contra a vida do presidente. O secretário de Estado da Defesa, Robert Gates, o n.º 3 da administração, estará ausente, isto para prevenir um eventual vazio de poder na Casa Branca, caso aconteça algum infortúnio a Obama ou ao vice-presidente, Joe Biden.
A festança vai custar 150 milhões de dólares ao cofres dos americanos. Mas o melhor é celebrar. A factura chegará depois.

«Atracos» e «roubos de igreja»


Para os que se queixam do escândalo das arbitragens em Portugal, aqui vai um post sobre a realidade mesmo aqui ao lado, na vizinha Espanha. Em jogo da Liga espanhola, o Real Madrid, a braços com uma crise de resultados e também de dirigentes, venceu à tangente o «lanterna vermelha», Ossasuna. Em pleno estádio Bernabeu, o árbitro «roubou» («atraco», na língua de Cervantes) o clube visitante em dois penalties de bradar os céus - o chamado «roubo de igreja» nas palavras de Mesquita Machado - e expulsou o jogador Juan Fran, por duplo amarelo, alegadamente, por ter simulado as duas penalidades. As imagens são a melhor ilustração do que acabámos de escrever.

Futebol, regabofe e «elefantes brancos»

À revelia do alerta dado, em tempo útil, pelo Presidente da República, a FPF e a Federação Espanhola, rubricaramm hoje um protocolo de entendimento com vista a uma candidatura conjunta de Espanha e Portugal para o Mundial 2018. Há dias, soube-se que os estádios construídos para o Euro 2004 podem não ter capacidade suficiente para acolher o evento. O costume. Construa-se mais meia dúzia de «elefantes brancos» para aumentar a «manada» que vai vegetando de norte a sul. O festim e o regabofe vieram para ficar. É uma afronta ouvir falar do Mundial 2018 quando a nossa situação económica e financeira anda ao nível da lama. A Espanha está na mesma? Com o mal dos outros, podemos nós bem. Apetecia mesmo era fazer uma manif anti-evento. Contactem o sindicalista Nogueira. O homem tem experiência em mobilizar massas e veia subversiva para inflamar os ânimos. Vendo bem, a doutora Manuela até tem razão. Os «coveiros» levam-nos, direitinhos, mas alegremente, para a campa. Rasa, como não podia deixar de ser.

João Aguardela (1969-2009)

A vida é injusta. Parece uma frase simplória, mas é a mais pura verdade. João Aguardela, o autor do projecto «A Naifa» e rosto dos saudosos «Sitiados», os tais que cantavam «Vida de Marinheiro» e a «Cabana do País Tomás», faleceu ontem com 39 anos, vítima de cancro. Demasiado novo para morrer. Fica, para a eternidade, a memória das suas músicas.

Sócrates dos bosques

Sócrates, o políticos dos mil disfarces, voltou à máscara do original Robin dos Bosques, versão «vamos ajudar os mais carenciados, porque fartaram-se de levar pancada com a crise». O homem não diz que vai baixar impostos, mas sim reduzir a carga fiscal à classe média. Já causa moléstia estes permanentes jogos de palavras e de cintura destes «cromos» que nos governam e dos outros que queiram um «poleirinho»...