09 maio, 2011

Pugilismo político

Ou muito me engano ou este foi o debate mais interessante do ciclo de pré-campanha eleitoral. Portas e Sócrates são os melhores à frente do televisor, usam muitos truques e conhecem-se de ginjeira. O homem da lavoura, hoje à civil, saiu-se com a do triunvirato em vez de «troika» e disse que o líder socialista manipulava melhor do que governava - um verdadeiro "uppercut" de direita, que atirou Sócrates contra as cordas. O primeiro-ministro demissionário engoliu definitivamente a cassete, mas o passe de mágica da capinha cinzenta sem o programa eleitoral do CDS, convenhamos que até passou bem. Portas até ruborizou um pouco. Quem ganhou? Talvez um empate.

«Malhar» a torto e a direito

A «guerra» política sem o ministro Santos Silva (S.S.) não é a mesma coisa. O S.S. regressou hoje a combate para «malhar» na oposição. Pode dizer-se com propriedade, que o ministro da Defesa é o líder da polícia de choque do Rato que está em permanente estado de prevenção e é chamado sempre que é preciso correr à bastonada uns garotos que atiram umas pedras, umas garrafas ou falam de «paus de cabeleira». O risco é a sua profissão. A eficácia a sua insignia.

Verão tórrido em perspectiva

Não sei se é um fenómeno da ciência política mundial, mas o PS continua a aproximar-se do PSD em todas as sondagens. Perante tamanha evidência, o argumento da manipulação cai por terra. Se a campanha não desempatar de forma substancial temos embrulhada garantida para meados de Junho. O país a banhos com a mega-ponte do 13 de Junho e o Cavaco em Belém de fato e gravata com uma bomba relógio pronta a explodir. Um must!

A frase do dia

«Embora se fale nisso continuamente, a verdade é que o país nem sequer está em estado de choque, como normalmente devia estar», Eduardo Lourenço, ensaísta, Agência Lusa, 9 Maio 2011

Está tudo grosso!

O PSD anda numa de «cada cavadela, cada minhoca». Ontem o Moedas com os impostos, e o Passos Coelho com o «pau de cabeleira», hoje foi a vez do avô Catroga meter a pata na poça. O coordenador do programa do PSD admite que se enganou quando defendeu esta manhã a subida do IVA na cerveja. Eduardo Catroga propôs a reestruturação do IVA num 'mix' de produtos e optou por destacar a cerveja. «A cerveja não deve estar na taxa reduzida». afirmou o ex-ministro das Finanças. Minutos mais tarde, em declarações ao Diário Económico, Catroga admitiu que se enganou, dado que a cerveja é um produto que já está taxado a 23%. «Foi um Lapsus Linguae. Estava a pensar no vinho». Como diria a Ivone Silva e o Camilo de Oliveira no saudoso «Sabadabadu», nos idos 80, «está tudo grosso», isto é que vai uma crise, para a direita, para a esquerda e para a frente. Irra!