17 agosto, 2009

«Arrastão» à brasileira

Sábado e domingo são dias sagrados para os brasileiros. Seja na terrinha que os viu nascer ou enquanto emigrantes. Vai daí cerca de duas centenas de «zucas» acharam piada fazer da praia de Carcavelos uma réplica das praias cariocas, com cerveja a rodos e música para fazer abanar o esqueleto. Os portugueses, pouco dados a estes hábitos do hemisfério sul, não gostaram e reclamaram junto da polícia, que vai para duas semanas vigia fortemente a praia, não vá acontecer «mosquitos por cordas». Se gosta de praias seguras, Carcavelos é a melhor opção no que resta de Verão. A evitar se detesta cerveja e forró. Agora escolha.

Tareias à moda do Porto

No FC Porto sempre se pensou na lógica do «para grandes males, grandes remédios». Jogador que foge à disciplina férra do «dragão» sofre as consequências. O brasileiro Adriano, foi o melhor marcador do Porto na época 2007, mas anda a arrastar-se no clube, treinando à parte do plantel. Ontem, à saída de um estabelecimento nocturno de Vila do Conde, foi violentamente espancado por três corpulentos homens, notícia o «CM». Adriano dera dias antes uma entrevista ao «Record» em que disse, em jeito de ameaça, «quando eu decidir falar, saiam da frente». Não se sabe se a polícia está a investigar os factos, assim de supõe, mas sugere-se uma conversa com os bons rapazes da claque azul e branca, especialistas em "cobranças difíceis", de preferência sem deixar rasto, mas com a condição de manter a articular palavra as vítimas das emboscadas.

O voo do Falcão

Foi santanista, afastou-se por uns tempos e agora regressa à sua "religião", como cabeça de lista da candidatura de Santana Lopes à assembleia municipal de Lisboa. Chama-se Manuel Falcão, tem no curriculum a fundação do «Independente», «Blitz», «Visão» e a direcção do Canal 2 da RTP, para além de redigir todas as sextas-feiras no «Jornal de Negócios» uma crónica que baptizou de «A Esquina do Rio», cujos artigos estão também disponíveis em blog. São, seguramente, das análises mais acutilantes das gazetas que por cá se vendem, mesmo num registo descontraído, com dicas e críticas sobre gastronomia, cidade, lazer e televisão. Sempre o li com prazer. Irei continuar a fazê-lo, mas com um ligeiro travo amargo na boca.

Entretenimento barato e propaganda eleitoral

Explicaram-me que a SIC tem um programa da manhã, que se arrasta penosamente até ao jornal do almoço, dedicado, diariamente, a um concelho de Portugal. Santarém e o mediático edil, Moita Flores, foram as estrelas do dia, entrevistados, muito simpaticamente por Nuno Graciano e Merché Romero. O dito programa, que hoje presenciei por momentos, em directo, tem até uma ridícula série de questões colocadas pelos apresentadores aos autarcas sobre o município que dirigem, do tipo, qual o nome do padroeiro, em que dia se celebra o feriado municipal, etc, etc. Um chorrilho de trivialidades. No fim do programa, ainda sentaram Moita Flores na bicicleta e «surpreenderam-no» (como se ele não soubesse) com a mulher e pela filha, num desenlace que terminou com um longo beijo, bem familiar e para todos verem. A obscenidade em televisão não tem limites, agora fazer propaganda a autarcas, às suas políticas e, pior do que isso, às suas emoções, a 6 semanas de eleições é que já parece algo a roçar a falta de vergonha. À consideração da Entidade Reguladora da Comunicação (ERC), se os seus membros não tiverem ido todos a banhos.