08 fevereiro, 2010

Denunciado por uma factura

Por falar em irresponsabilidade do Estado, os serviços secretos portugueses devem andar positivamente a dormir, o que não é de admirar porque o seu responsável garantiu que a ETA não tinha bases em Portugal. O senhor da foto é Andoni Zengotitabengoa Fernández e andou descontraidamente a fazer compras num supermercado na zona de Óbidos, para além das bombas que acartou para a vivenda entretanto sitiada pela polícia. Uma factura descoberta pela polícia no veículo que os bascos abandonaram nas imediações de Óbidos acabou por ser decisiva para descobrir a identidade de um dos elementos. Com os dados constantes no documento, hora e local, a polícia recorreu às filmagens de CCTV do supermercado, do passado 17 de Janeiro, obtendo, sem margem para dúvida, a identidade da pessoa na imagem.

Terror policial

A arrepiante história que o «Jornal de Notícias» conta na sua edição de hoje é bem o exemplo da irresponsabilidade que existe no Estado e nas forças que o representam. Em Famalicão, uma senhora e o respectivo filho viram a polícia arrombar-lhe a porta, ainda de madrugada, porque pensavam que ali morava um indivíduo, de nome «Júnior», procurado pelas autoridades. Acontece que o indivíduo já não morava lá. O susto dos moradores foi, imagina-se, de morte. O pedido de desculpas chegou célere, mas para casos destes, uma indemnização avultada por danos psicológicos relevantes e a despromoção dos responsáveis pela desastrada operação é o mínimo que se pode fazer.

Fado presidencial

O «I» efectua hoje um espirituoso exercício com base nas estapafúrdias declarações de Cavaco ao «Expresso», em que o PR denunciou o nervosismo no Parlamento e nos «edifícios limítrofes». O jornal do Lena deixa três hipóteses à consideração do leitor para que este adivinhe a que se refere o inquilino de Belém, sempre especialista em tiradas de mau gosto:
Hipótese 1: Café de São Bento
Hipótese 2: Restaurante XL
Hipótese 3: Fundação Mário Soares
Todas parecem plausíveis. Mas se calhar Cavaco queria mesmo referir-se à casa que foi de Amália Rodrigues, situada na Rua de São Bento, e que tanta disputa tem motivado entre os seus herdeiros.

A queda anunciada

Não tive oportunidade de ver, mas segunda se conta o Abrunhosa caiu ontem num programa em directo na SIC. Já é tema mais falado do que o penalty falhado pelo Cardozo. No Facebook já há um grupo chamado «Eu vi o malho do Abrunhosa».