27 julho, 2008

Acabou o conto de fadas da era digital

A história, digna de um filme, fez furor em Novembro passado. Um jovem nova-iorquino apaixonou-se à primeira vista por uma rapariga australiana durante uma viagem no metro da «big apple». Como lhe perdeu o rasto, abriu um site (VER IMAGEM) com o esboço que conseguiu traçar do seu amor platónico. Em 48 horas, e fruto da divulgação nos «media», a rapariga deu sinal de vida, o Romeu e Julieta de NY conheceram-se e namoraram dois meses. Parecia o conto de fadas da era digital. Sabe-se agora que a relação entre Patrick Moberg e Camile Hayton não funcionou. A pressão e a tensão deste relacionamento, dizem, terá pesado. Parece que continuam amigos, segundo Camile. Patrick não fala sobre o assunto, talvez moído pelo desgosto. Moral da história: O amor, mesmo o digital, não escapa à crise.

As frases do dia

«Tenho mais poder no Abrupto que como secretário de Estado», Pacheco Pereira, Diário de Notícias, 28 de Julho 2008

«Na grande corrupção de Estado, toda a gente tem a sensação que estamos numa situação muito complicada e em crescendo», João Cravinho, Público/Renascença, 28 de Julho 2008

«Tomada de táxis»

Já sabíamos que a Costa da Caparica alberga uma das maiores comunidades de brasileiros a residir em Portugal. Não sabíamos era a influência dos «brazucas» em expressões tão portuguesas. Pois bem, «paragem de táxis» está identificada como «tomada de táxis». Influências, já, do novo acordo ortográfico?
PS: Mais insólito é o aviso à porta de um restaurante da Costa, junto ao antigo parque de campismo do CCL: «proibido entrar no restaurante em tronco nu». Em dia de canícula, o negócio é capaz de se ressentir...

Amigos para siempre

Hugo Chávez mostrou hoje no seu «Passeio dos Alegres» dominical a t-shirt que o Rei Juan Carlos lhe ofereceu em Maiorca, com a inscrição «Por quê no te callas?». O presidente venezuelano disse, bem disposto, que ele e o rei «são bons amigos», depois de há uns meses atrás se ter posto em causa as relações bilateriais entre a Venezuela e a Espanha. Para o golpe de teatro ser completo só faltava Chávez afirmar que é amigo de Bush desde o berço.

Fúria de ganhar

Está a ser de sonho a época estival para o desporto espanhol. A selecção de futebol sagrou-se campeã da Europa de futebol, Rafael Nadal venceu Roland Garros, Wimbledon e está a um passo de ultrapassar Federar no ranking ATP, e hoje Carlos Sastre subiu ao mais alto do podium do Tour de France, alcançando para a Espanha a terceira vitória consecutiva na «grand boucle». Aproximam-se os Jogos Olímpicos. Veremos quantas medalhas a fúria traz de Pequim. Estes resultados são ainda o fruto da política desportiva adoptada para as Olímpiadas 92 em Barcelona. Enquanto nos mantivermos, comodamente, a olhar para o céu à espera de homens providenciais, continuaremos apenas a colher campeões e heróis acidentais. Os Ronaldos e as Neides, por exemplo. Por cá, o grande desígnio nacional passa por realizar, em conjunto com a Espanha, o Mundial 2018. É assim a estreita visão dos nossos dirigentes.

Big show Jardim

Por duas ocasiões tive oportunidade de, a título profissional, deslocar-me à Festa do PSD-Madeira, no poeirento planalto do Chão da Lagoa, religiosamente marcada para o último fim de semana do mês de Julho. Porventura, um continental pouco familiarizado e céptico com o alcance do fenómeno Jardim e com a sua popularidade na Região, fica de imediato esclarecido com a demonstração de mobilização partidária e de adesão popular a este evento anual. Na edição que hoje se realizou, a oleada máquina de Jaime Ramos juntou 40 mil madeirenses adulando o seu querido líder, Alberto João Jardim. As críticas foram para os do costume e nem Ferreira Leite escapou incólume. Fértil em sound bytes, a intervenção de Jardim teve como ponto alto esta tirada: "Se Portugal que manter a Madeira unida a Portugal tem de pagar a tempo e horas senão vai ter uma acção de despejo", avisou. Fica no ouvido e o povinho gosta.