22 maio, 2009

O «bufo» neutralizou o «rottweiller»


A «artilharia» pesada contra Sócrates foi mais fraca do que em outras ocasiões, mas nem por isso o Jornal das TVI das sextas-feiras deve ter tido menos audiência. Bem pelo contrário. A entrevista/peixeirada de «Maria Manuela» (sic) Moura Guedes a Marinho e Pinto foi um verdadeiro happening televisivo. Só faltou chegar à chapada. Fiel ao seu estilo, sem perguntas estruturadas e num registo atabalhoado, a entrevistadora apelidou o bastonário da Ordem dos Advogados de «bufo» e insinuou que o advogado estava com a defesa do Primeiro-Ministro no Caso «Freeport» a fazer um «frete» a José Sócrates. A Marinho saltou-lhe a tampa. O homem passou-se dos carretos e neutralizou o «rottweiller» da televisão portuguesa. Manuela ouviu o que muitos portugueses desejariam dizer-lhe na cara e não podem: «você não tem autoridade nenhuma para emitir juízos de valor acerca do que se passa na justiça» e «viola sistemáticamente o código deontológico dos jornalistas», foram alguns dos contra-ataques desferidos pelo bastonário. E continuou: «se você me quiser fazer uma entrevista decente eu estarei disponível, mas esta estação devia ter aqui uma jornalista decente e não alguém que deturpa constantemente as regras do jornalismo». Marinho igual a si próprio: excessivo, mas com razão na maior parte dos argumentos. Este telejornal das sextas é um case-study mundial.
Se já tinha poucos amigos, o advogado de Coimbra acaba de arranjar mais um inimigo, neste caso a TVI e a jornalista Moura Guedes. Não admiraria que a oposição interna ao bastonário unisse forças com o canal televisivo para uma campanha mediática com vista à sua rápida destituição da Ordem dos Advogados. Depois da monumental «esfrega» que levou esta noite, o «animal» ferido promete vingança.
VIDEO - You Tube (Entrevista Manuela Moura Guedes / Marinho Pinto)

Alguém «malhou», mas não se sabe quem

O tribunal de Faro concluiu o que já se suspeitava. A polícia em Portugal tortura para forçar a obtenção de depoimentos. Não se provou é quem, em concreto, deixou Leonor Cipriano no estado em que as imagens publicadas à altura dos factos mostraram. Mas lá que «malharam», «malharam». Gonçalo Amaral, o «herói» português do caso Maddie, foi condenado a ano e meio de prisão, com pena suspensa no caso das agressões à mãe de Joana, por falso depoimento. Agora que o julgamento terminou, há que lembrar a atitude da líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, que «chumbou» a escolha do nome de Gonçalo Amaral, proposto pela concelhia de Olhão, para esta câmara algarvia. Se o ex-inspector estivesse já em campanha, o embaraço teria sido grande. Já Paulo Pereira Cristóvão, outro dos inspectores da Judiciária que se sentou no banco dos réus, foi absolvido e pode, assim, continuar na corrida para a presidência do Sporting.

Eu odeio comícios!

Manuela Ferreira Leite confessou perante uma plateia de militantes do PSD e de jornalistas que não tem jeito para comícios e que evita os eventos de massas como o Diabo foge da cruz. Não disse nenhuma novidade, mas duvido que os portugueses estejam preparados para eleger para líder do governo uma pessoa que odeia vender «banha da cobra» e participar no roteiro dos jantares da carne assada. É a vida!