04 março, 2009

«Twitteiros» ao poder

Eu tuito, tu tuitas, eles tuitam. Até o Cavaco tuita, imaginem! É a moda do momento. Chama-se «Twitter», é uma espécie de micro-blog, onde se cabem uns míseros 140 caracteres, mas políticos e jornalistas, só para nomear alguns, aderiram em massa. O pior é que a coisa funciona como «spam» encapotado. Explicando: se aderir ao movimento, não estranhe se receber um alerta no seu mail a informar que os jovens socialistas, o ISCAL, uma editora sinistra ou até uma lady qua alimenta um blog com fotos e textos de conteúdo erótico estão a seguir-nos (following me, em linguagem twitteira). Alberta Marques Fernandes já pediu um hamburger enquanto apresentava um telejornal na RTP-N e viu a sua solicitação atendida. Hoje, partilhou uma gripe com todos os «twitteiros» que a têm adicionada. Por seu turno, José Manuel Fernandes (JFM) e Henrique Monteiro, directores do «Público» e do «Expresso», passaram o dia entretidos a trocar «biqueiradas» em linguagem cifrada. De passagem, JMF aproveita para promover a edição de amanhã do seu jornal: «O PÚBLICO de amanhã é explosivo. E o editorial foi escrito pelo António Lobo Antunes. Para ler, rir ou irritar-se, e coleccionar. Juro.» Se ele jura, quem somos nós para duvidar...
PS: Está desfeito o mistério, o «Público» faz amanhã 19 anos de vida. Parabéns ao engenheiro Belmiro pelo estoicismo de andar a desperdiçar milhões estes anos todos...

A cultura do medo

Os directores do «DN» e do «JN» garantem que os seus títulos estarão amanhã, pela fresca, nas bancas, com o número de páginas habitual. Sinal de que a greve foi insignificante ou que o «batalhão» de estagiários contratados para o dia de hoje fartou-se de «picar» as notícias das agências. Inclino-me mais para a primeira hipótese. Em Itália, Espanha e França, quando há greve na imprensa, os jornais não saem no dia seguinte. Por cá, é o medo e a «claustrofobia democrática» (Direitos reservados para Paulo Rangel) em todo o seu esplendor.

Campanhas à moda do Minho

Tal como o Natal, as campanhas são quando o homem quiser e denominam-se da forma como os homens as baptizarem. As campanhas na zona de Lisboa, visando o Primeiro-Ministro, chamam-se «negras». Já no Minho, as campanhas que estão a fazer contra o executivo do «dinossauro» Mesquita Machado por, alegadamente, o autarca ter desviado uns milhõezitos, são apelidadas, pelo próprio, de campanhas da «aldrabice». Está bom de ver que os argumentos são os mesmos, só o nome e a região é que mudam.

A frase do dia

«Uma família média portuguesa deve hoje à banca cerca de 16 mil salários», Daniel Bessa, economista, Correio da Manhã, 4 Março 2009

Dêem-me pancada que eu gosto....

Não costumo recomendar outros blogs, mas vou abrir uma excepção, porque este merece mesmo. Chama-se «Eu, Cláudio» e é da autoria de Cláudio Ramos. Sim, esse mesmo, o irritante tertuliano das manhãs da SIC. O motivo da chamada não é propriamente o conteúdo dos posts do ex-«BB», mas sim o rodízio de adjectivos com que Cláudio é brindado na caixa de comentários. Os que o veneram, mandam beijinhos e outras coisas mais íntimas, os que o amam e adorariam passar-lhe por cima com um rolo compressor, apelidam-no, sob anonimato, de «saloio», «rabeta» e outras referências do mais fino recorte. Até mete dó, mesmo para quem até não vai muito à bola com Cláudio Ramos. O que vale é que o moço até responde com um certo fair-play.

Uma redacção ou um lounge?


Num momento de crise, há projectos de comunicação social com laivos de «novo-riquismo», com arquitectura de autor, 16 ecrãs e um espaço lounge para descomprimir. Não se confirma que exista um ginásio, um Spa e uma creche para os funcionários. São as maravilhas de um jornal suportado financeiramente por um grupo de construção civil. Leia o take da Lusa para perceber melhor..

«O novo jornal "i" instala-se segunda-feira numa "democrática" redacção de 1.300 metros quadrados, divididos em dois pisos, com uma parede e colunas que mudam de cor para marcar ritmos de trabalho, disse à Lusa o director do título.
O "layout" da redacção, situada num edifício do Tagus Park, em Oeiras, foi desenhada por Luís Calau, arquitecto português sedeado há vários anos em Barcelona e responsável pelos escritórios do jornal inglês Daily Telegraph. "Não há nada sequer parecido com isto na Península Ibérica", afirma Martim Avillez Figueiredo.
No rés-do-chão, onde estarão montadas as secretárias e uma sala de reuniões, serão instalados 16 ecrãs de televisão, para que "não escape uma história" à equipa que prepara diariamente o jornal. Nesse mesmo espaço, sem divisórias, estarão dispostas as mesas dos redactores, editores e directores do jornal, para que a informação flua facilmente entre todos.
No piso térreo haverá também um estúdio de gravação e imagem.Numa das paredes será colocado um painel que muda de cor ao longo do dia, assinalando os vários períodos de fecho do jornal e as necessidades de actualização do site, função partilhada por uma série de colunas colocadas a todo o comprimento da sala. O andar de cima, um espaço "lounge", servirá para "descomprimir do ritmo do andar de baixo".»