14 agosto, 2012

O «astrólogo» da Manta Rota

Passos Coelho abandonou o areal da Manta Rota, vestiu uma camisa lavada e subiu ao palanque do centro aquático da Quarteira para dizer que em 2013 é que vai ser. «Inversão», «Estabilização», «recuperação» e se calhar, dizemos nós, frustração. Já cheira a eleições no PSD e até o próprio presidente do partido já fala na renovação do seu mandato, apesar de ter um quarto da legislatura cumprida. Mesmo disfarçando bem, Passos pode ser diferente na aparência, mas na essência não se consegue furtar aos cálculos eleitorais e tácticos a que todo o político está sujeito. Ele tenta, mas não consegue. Quanto aos desempregados, deixou-lhes uma palavra, mas percebeu-se que estes são uma espécie de estatística necessária para cumprir o plano de ajustamento. Finalmente, esperemos que o jantar estivesse bom. Após 45 minutos de discurso, o arroz não deve ter chegado ao prato dos comensais nas melhores condições.

Lições de um medalheiro

Ainda a performance dos atletas portugueses nas Olímpíadas. Não sei se repararam, mas ficámos no lote dos 69.º (curioso número) classificados com uma medalhita, a par de potências desportivas como o Botswana, o Gabão e a Guatemala. Como disse o presidente do Comité Olímpico Português, o resultado final da nossa comitiva traduz fielmente a imagem real do nosso país. Sem tirar, sem por. Para alcançarmos as 17 medalhas da Espanha, que ainda assim foi apenas 21.ª do ranking, temos que comer muito pão. Até os deprimidos gregos conseguiram dois broches para colocar ao pescoço. Continuem a mandar postais e a fazer muitas preces à Nossa Senhora de Fátima, pode ser que em 2016, no Rio, a boa estrela dos nossos «irmãos» do lado de lá do Atlântico esteja connosco.

A guerra do café

A hegemonia da Nespresso pode estar ameaçada pelas cápsulas do Continente, as tais que dizem ser «compatíveis» com as máquinas da marca Suiça, que conquistou os portugueses. O site digital «Dinheiro Vivo» descobriu as diferenças. Eu também já testei. Se em termos de carteira, ganha Belmiro, em termos de gosto e apresentação vence Clooney.


Verão, crime e mimetismo


Diz hoje um especialista forense que em Portugal mata-se ainda «por pão e vinho». A imprensa noticia que nas últimas 24 horas registaram-se seis homicídios, o mais chocante de todos o que aconteceu em Queluz, com 3 pessoas a morrerem carbonizadas, trancadas num elevador. Diz a estatística que Agosto é um mês propício à tragédia, a crise dá uma ajuda, a comunicação social dá-lhe amplitude, o efeito mimético é um perigoso rastilho.