Luís Calisto demitiu-se de director do DN Madeira, devido a alegadas «pressões» do governo regional, na pessoa do seu presidente, Alberto João Jardim. O curioso da história é que Calisto acusa Jardim de estar a “fazer bullying à imprensa regional”, favorecendo o jornal propriedade do executivo madeirense, o «Jornal da Madeira». Agora se explica para onde é que Jardim recanalizou toda a sua fúria e agressividade, outrora concentrada em exclusividade na figura de «sua eminência» o engenheiro Sócrates.
13 maio, 2010
Primeiro estranha-se, depois entranha-se
Afazeres profissionais impediram-me de assistir ao que parece ter sido uma das tardes mais animadas da política à portuguesa dos últimos tempos. Dois pontos altos. No final do Conselho de Ministros, questionado pelos jornalistas sobre se seria justo aumentar o valor do IVA de produtos considerados indispensáveis como o pão, o leite ou a água, José Sócrates sublinhou que «estamos a falar de pão, leite, água, Coca-cola, Pepsi-cola e outras coisas que não costumam ser referidas», e defendeu que «há famílias, como é o meu caso, que compram esses produtos a uma taxa reduzida de 5% - como uma Coca-cola - o que, verdadeiramente, temos que reconhecer, também não é muito justo». Mais tarde, na sede do PSD, Passos Coelho, com ar abatido, pede desculpa (porque carga de água?) aos portugueses por ter dado a mão a Sócrates na viabilização no famigerado pacote de austeridade, mas quem devia pedir perdão são os portugueses que votaram em Sócrates e na sua pandilha. O «bloco central» informal, constituído em versão 112, até acaba por dar imenso jeito aos dois senhores: Sócrates continua «ligado à máquina» mais ano e meio e Passos continuará em pousio até achar que chegou a sua oportunidade. Fazendo uso da deixa do engenheiro, estes políticos estão cada vez mais parecidos, na sua arte de mentir e dissimular, com a descrição que Fernando Pessoa fez da Coca-Cola, a mais universal das bebidas, «primeiro estranham-se e depois entranham-se».
Levar com o pacote
Sócrates e Passos Coelho começam a parecer o tandem britânico, Cameron e Clegg. Um é o Primeiro-Ministro e o outro o vice-primeiro-ministro à força. Agora querem impor-nos um pacote fiscal de austeridade e «draconiano», como agora se diz. É caso para dizer que vamos comer pela medida grande e levar com o pacote inteiro.
O peluche que ensina a rezar
O merchandising religioso em Fátima está a gerar acesa polémica. Agora surge um ursinho de peluche que fala e ensina a rezar, em português abrasileirado. O «estrago» da compra são 10 euros. Estas são as verdadeiras ameaças externas à Igreja.
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