Finalmente, um raio de sol nas persistente neblina que cobre o optimismo. O Cais das Colunas, um marco emblemático da Praça do Comércio, removido há 10 anos devido às eternas obras do Metro de Lisboa, regressa, devidamente reabilitado. As lajes de mármore da estrutura a instalar são novas, mas a traça mantém-se igual. Será mais uma oportunidade para um «momento Costa», no próximo dia 15. Com um microfone à frente, o homem não se cala. Ele adora câmaras. Excepto as das TVI...
09 dezembro, 2008
O flagelo
O cancro será a principal causa de morte em 2010 devido ao aumento de casos clínicos nos países em vias de desenvolvimento, anunciou hoje a Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2007, foram registados cerca de 12 milhões de pessoas com cancro em todo o Mundo. Desses, quase três milhões morreram devido à doença. A ONU prevê que, em 2030, 27 milhões de pessoas vão ter cancro e que cerca de 17 milhões morrerá da doença.
A Nápoles do Atlântico
Foto de uma rua de Lisboa, esta tarde. O autarca diz que a situação é «gravíssima». Com a greve dos trabalhadores da limpeza prevista até quinta-feira, a capital arrisca-se a enfrentar uma crise do lixo a fazer lembrar o caso de Nápoles, ficando Lisboa parecida com a cidade caótica que Fernando Meirelles filmou em «Ensaio sobre a Cegueira». Com a particularidade de também aqui existirem muitos políticos com vistas curtas.
Perfeito, pá!
O secretário-geral do PS, José Sócrates, afirmou hoje, citado pela Lusa, que tudo continuará «perfeito» politicamente para os socialistas, enquanto o Governo governar e a oposição «se limitar a dizer mal», revelando-se incapaz de apresentar propostas alternativas credíveis. «Enquanto isto continuar assim, nós a governarmos, e eles, oposição, a dizer mal, perfeito», declarou José Sócrates, citado por um deputado socialista, na intervenção final que fez na reunião com o Grupo Parlamentar do PS. A confirmar-se esta frase atribuída ao «primeiro» o «perfeito, pá», bem que pode ter substituído o «porreiro, pá».
Itália censurou os «cowboys gay»
Em meados da década de 80, na conservadora e puritana sociedade portuguesa, um filme chamado «O Império dos Sentidos», transmitido depois das 22h na RTP2, quando ainda não existiam privadas, abanou as consciências morais. As arrojadas aventuras eróticas de uma geisha e do seu patrão foram alvo de todos os comentários. No dia seguinte, não se falava de outra coisa, nas escolas, nos escritórios, nos mercados. Toda a gente espreitou, por um minuto que fosse, um filme que ridicularizou o anteriormente polémico «Pato com laranja». O caso chegou, como se lembram, ao bispo de Bragança.
Em pleno século XXI, em Itália, o filme «Brokeback Mountain», emitido ontem à noite na RAI Due, foi amputado das principais cenas que comprovavam a homossexualidade dos dois cowboys de Ang Lee. Os beijos e as carícias que todo o mundo viu foram censurados para italiano (não) ver. Não se confirma que o Vaticano tenha pressionado a televisão pública italiana para «apagar» as delicadas imagens.
Escalada de violência no país de Sócrates
O país de Sócrates, a Grécia, um país parecido com Portugal nas deficiências e carências estruturais, está a braços com uma onda de violência descontrolada em várias das suas cidades. O pretexto foi a morte um adolescente de 15 anos, alegadamente, a partir de um disparo intencional de um polícia. O rastilho social foi despoletado por grupos anarquistas que por cá rareiam. Exige-se a demissão do governo, incapaz de controlar a situação. Por cá, o país dos brandos costumes, como reagiria Sócrates, o português, a uma situação de revolta social?
Prioridades de agenda
Entretidos com o «tempo de antena» dado ao sindicalista Nogueira, com a carne contaminada da Irlanda e com os «gazeteiros» do PSD, os «media» não ousam questionar, quem de direito, sobre que resultados teve a anunciada reunião de altas patentes judiciais de Portugal e Inglaterra em Haia, terreno neutro, a propósito do caso Freeport. Provavelmente não é oportuno em termos de agenda setting.
Ensaio sobre a sobrevivência humana
Temi o pior, mas rapidamente desmenti a minha intuição. «Blindness» ou «Ensaio sobre a cegueira» retrata a vida em quarentena dos habitantes de uma megapólis acometidos por uma estranha doença que todos cega, excepto uma pessoa, interpretada por Julianne Moore. O filme, do brasileiro Fernando Meirelles - o mesmo do «Fiel Jardineiro» - expressa o lado mais selvagem e primário da raça humana quando confrontada com limitações físicas e carestia alimentar. É uma história de sobrevivência numa metrópole paralisada, sem carros, com invisuais a deambularem em fila indiana, tropeçando em toneladas de lixo amontoado, impedidos de ver pela mancha leitosa que lhes tolheu a visão. São 120 minutos de consecutivos murros no estômago, com momentos particularmente cruéis, como sejam sexo forçado em troca de mantimentos ou um cadáver a ser esventrado por uma matilha famélica. Foi, seguramente, um dos filmes apocalípticos mais conseguidos que alguma vez vi. Depois disto, até apetece ler Saramago...
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