28 outubro, 2009

Os «Sócrates boys»

A divulgação da lista completa dos secretários de Estado reforçam a ideia de que o XVIII Governo constitucional nasce de uma suave remodelação e de subtis troca de cadeiras relativamente ao executivo anterior. Sobressaem os «Sócrates Boys», os tais rapazes que andam sempre por aí e, haja o que houver, nunca são deixados cair. Almeida Ribeiro e Pedro Lourtie, respectivamente o assessor político do Primeiro-Ministro e o seu chefe de gabinete, transitam para secretário de Estado adjunto do chefe do governo e secretário de Estado dos Assuntos Europeus. Marcos Perestrelo, uma das estrelas em ascensão no universo socialista, vai fazer companhia ao ministro S.S, no Forte de São Julião da Barra, na pasta da Defesa, mais concretamente na secretaria de Estado dos Assuntos do Mar. Finalmente, Valter Lemos, deixa a 5 de Outubro e vai para ali perto, para a Praça de Londres, para exercer funções no Ministério do Emprego. O ex-braço direito de Maria de Lurdes Rodrigues vai ter de arranjar um restaurante-cantina próximo do seu novo emprego para almoçar, visto que a «Valbom», nas imediações da 5 de Outubro, onde religiosamente se dirigia depois das 13h com alguns camaradas de ofício, fica um pouco fora de mão. Para tomar café, Valter sempre tem a «Mexicana». Um valor seguro.
PS: José Junqueiro não foi esquecido. Perdeu-se um deputado trauliteiro, mas ganhou-se um governante para passar o tempo na secretaria de Estado da Administração Local.

Nado-morto do jornalismo

Durou 18 edições a aventura do «Semanário Privado», um jornal que se auto-intitulava de incómodo. Uma espécie de nado-morto do jornalismo nacional. As razões apontadas pelos seus responsáveis são a falta de um «projecto empresarial». Nos últimos anos quem se atreveu a enfrentar a travessia no deserto do jornalismo português, sem qualquer retaguarda empresarial ou outras de natureza oculta, morreu à fome, sem dinheiro, por falta de vendas e publicidade. Apenas o «I» é capaz de aguentar mais algum tempo. O projecto tem qualidade, mas, sobretudo, um poderoso grupo de construção civil, que parece disposto a perder uns milhões para obter contrapartidas e favores políticos.

Este Jesus está na moda