25 agosto, 2009

O marketing do «senhor quinhentos»

Rui Alves é um excêntrico por natureza. Quando foi vereador do urbanismo da Câmara do Funchal tinha a alcunha do «senhor quinhentos» devido às alegadas facilidades em troca de compensações monetárias. Enquanto presidente do Nacional da Madeira, baptizou o estádio com o seu nome (não esquecendo o título de "engenheiro") e já prometeu uns sopapos a jornalistas. Um primor, está bom de ver. Uma espécie de Valentim das ilhas. Na semana passada proibiu a captação de imagens do jogo da Liga Europa entre o Nacional e o Zenit. Queria um milhão pela transmissão do jogo em directo, mas os canais fizeram-lhe um manguito. Hoje, anuncia que só vai permitir a captação de 3 minutos de imagens às estações de televisão no seu estádio para a Liga Sagres. «Uma questão de marketing», justifica. Nunca mais se falou dos delfins que vão suceder a Alberto João Jardim, mas este tem potencial. E a escola toda. Sem dúvida.

Alô? É do serviço público?

As férias estão a fazer mossa no «Telejornal» do canal público. As calinadas na inserção de rodapés estão a ultrapassar os limites do tolerável. Hoje no boletim das 20 horas, passou esta: «Ex-corredor de automóveis concerta sapatos na Graça». Ninguém se apressou a corrigir o lapso, ainda para mais num canal que tem uma rubrica no «Bom dia Portugal» que se chama «Bom Português».

À lei (e à moda) do Porto


Um repórter-fotográfico do "Jornal de Notícias" foi hoje, terça-feira, atropelado pelo automóvel que transportava Pinto da Costa, à saída do Tribunal de S. João Novo. A viatura não parou após o acidente, mesmo depois de um agente da polícia ter batido com a mão no tejadilho do carro, mas o motorista, Afonso, também arguido no processo, não obedeceu. Sabendo-se que o «JN» até é um jornal amigo do FC Porto, só pode ter sido um equívoco do motorista de Pinto da Costa. A menos que o «bate-chapas» seja parecido com a ex-alternadeira, Carolina.

Arrogância ou burrice?

Recente sondagem publicada pelo "El País" revelou a existência de mais portugueses a considerarem importante aprender espanhol, do que espanhóis com vontade de aprender português. Bem curioso quando se conhecem as competências linguísticas dos vizinhos cá da tirinha.
Reveladora a situação de um cidadão português que está a tentar homologar um curso superior português numa universidade espanhola. O organismo do estado central que lhe vai atribuir as equivalências exige uma certidão com os programas das disciplinas, número de horas leccionada e ano em que as conclui. Nada de mais, pois é candidato a um doutoramento.
Estranha é a exigência de que o certificado seja traduzido, ainda para mais quando recentemente um outro, em francês, foi entregue assim mesmo - sem tradução.
Que os espanhóis sejam incapazes de perceber o português falado – quando qualquer português consegue sobreviver com sucesso em Espanha falando apenas portunhol – ainda se entende.
Que numa repartição estatal ligada ao ensino superior não entendam um documento escrito numa língua com bastantes afinidades com a deles, já é mais duvidoso. Ou é arrogância, ou analfabetismo ou trazem incorporado um gene da imbecilidade.