29 janeiro, 2009
O eterno pântano
Está longe de ser o meu colunista de eleição, mas António Costa escreve hoje no «Diário Económico», jornal que dirige, um editorial certeiro e oportuno. Compara o país «a um suicida que está à beira do precipício e que julga ter no passo em frente a solução para os seus problemas» e afirma que «Portugal está em risco de cair num pântano, ainda mais pantanoso do que aquele que levou António Guterres a demitir-se de primeiro-ministro na ressaca das eleições autárquicas de 2001». De acordo. Só uma ressalva. Fizeram-nos crer que vencemos o défice, o desemprego e a falta de esperança. Só se esqueceram mesmo de informar a população que estamos no pântano por um motivo: afinal, nunca de lá saímos.
O crime (quase) perfeito
Ainda não está nada provado, mas, alegadamente, o caso «Freeport», a confirmar-se, corresponde ao crime perfeito, perpetrado por «tugas» e, ainda mais perfeito, facilitado por governos de gestão. O crime torna-se menos perfeito se na história entrarem promotores e polícias britânicos. Afinal, quem disse que havia crimes perfeitos?
Campanha «à pala»
Em altura de saldos, os promotores do «Freeport», não o negócio, mas o espaço comercial de Alcochete, devem estar loucos de alegria. Sem gastar um tostão, a superfície tem sido falada em todos os meios, especialmente na última semana. Uma verdadeira campanha publicitária multi-meios «à borlix». Parece que os visitantes aumentaram. Só falta os lojistas se pronunciarem sobre o dinheiro em caixa registado.
Frenesim socrático
Os momentos Sócrates, encenados para TV, multiplicam-se. Três aparições num espaço de 6 dias. Um frenesim. De resto, a mesma «cassete». «Poderes ocultos», «campanha negra» e «calúnia», foram os argumentos utilizados pelo Primeiro-Ministro. Uma novidade: disse não conhecer Manuel Pedro, um dos protagonistas do enredo. Veremos se os próximos desenvolvimentos não desmentem a sua versão. A teoria da demissão caiu por terra. Como comenta o leitor «Tino» no post anterior, em qualquer investigação judicial que o possa atingir, «ele está mais seguro no poder».
O julgamento político
Enquanto se aguarda o comunicado da Procuradoria, o «DN» de hoje confirma que Sócrates consta da lista de suspeitos da polícia inglesa, mas ressalva que a única prova do alegado envolvimento do político português é um DVD. Válido para a justiça britânica, mas pouco relevante para a justiça portuguesa. O julgamento político, esse, continua dentro de momentos. A sondagem que disponibilizamos no canto superior direito pergunta aos leitores o que pensam sobre o futuro de Sócrates no caso de este ser constituído arguido no caso Freeport. A votação decorre até sábado.
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