A superstição do número 8 parece ter dado sorte aos chineses que conceberam uma cerimónia de abertura das 29ª olímpiadas o mais feérica e memorável que imaginar se possa. Pensávamos que tínhamos visto tudo em 1992, em Barcelona, quando o arqueiro acendeu, com a flecha, a chama olímpica, mas no estádio do «ninho de pássaro», coube ao lendário ginasta Li Ning, a responsabilidade do simbólico acto. Li «voou» sobre o céu de Pequim e percorreu, em torno do estádio, uma espécie de pista virtual até acender a chama olímpica para delírio dos presentes. Apesar do excesso de pormenores e do tempo gasto em certos momentos da cerimónia, o balanço final não podia ser mais positivo, revelador da obsessão de um povo.
Os homens não brincam mesmo em serviço. Numa noite sem vento, os organizadores foram ao ponto de colocarem durante as 4 horas do evento as bandeiras da República Popular da China e do Comité Olímpico Internacional em permanente ondulação, socorrendo-se de uma técnica oriental, cuja natureza não foi revelada.