17 março, 2009

Despertar violento

Estava no meu ritual matinal, ainda meio estremunhado, quando oiço, proveniente da televisão, a pergunta da repórter(?) da TVI ao responsável pelas operações de busca da criança desaparecida em Matosinhos, vai para 48 horas: «Senhor capitão, pela experiência que tem do terreno, acredita que é possível encontrar com vida esta criança?». Sem estalar o verniz, o capitão respondeu, secamente, que «só por milagre» tal aconteceria. Para não lhe chamar estúpida, certamente.
PS: Continua na moda acompanhar de forma mórbida as operações de buscas de cadáveres no mar. Este, por acaso, até tem o «bónus» de Simão Sabrosa ser o tio da vítima. Mais um motivo para os «abutres» das televisões não largarem o osso.

2 comentários:

Vítor Maganinho disse...

Ontem na minha caminhada diária anti-colesterol, passei por a Praia da Quebrada e assisti ao Portugal real.

Os pais da criança desaparecida dentro de uma ambulância, a ser acompanhada por umas doidinhas (parece que eram psicólogas do INEM, iam lá dentro, depois, vinham cá para fora conversar??? Sempre muito alegres e bem dispostas por um dia na vida, se sentirem alguém(como alguém pode conversar com alguém, só preocupado em quem está à volta?). A pessoa que me pareceu mais esclarecida, humilde e que estava a ter mais aceitação por parte do casal era uma jovem com um colete que dizia TAE do INEM (desconheço o que quer dizer TAE).


Depois foi o desfile "BAYWATCH" os membros de uma equipa de salvamento afecta à Câmara de Matosinhos a passarem por o meio das pessoas com pose triunfal, apesar serem bem mais úteis a vigiar outras praias do que ali onde estão os melhores meios, nomeadamente os da Marinha, esses sim, gente que vê que sabe o que está a fazer e sem "show off".

Mais um grupo fantástico, as jornalistas???? das TV´s presentes (todas)e seus respectivos acompanhantes no trabalho que parecia que estavam numa RAVE de praia, todas a copiarem os apontamentos de uma, elas e eles com o ar mais feliz do mundo (o facto que os levou lá, ajudava a essa boa disposição certamente) tal como os grupos anteriores, também a fazerem tudo para ser mais centro das atenções e até notícia (também por a idade deles, julgo que saibam pouco ainda o que é a vida) do que trabalhar para levar uma notícia digna e exacta (o que mais vi foi erros e confusão nos orgãos de informação e posso falar no caso concreto do JN, onde a criança era rapaz numa reportagem e em outra do mesmo jornal era uma menina.

Por último o "povo" que adora prestar-se a estes papeis de fazer esta triste gente sentir-se mais do que é e pior, só ajudam a piorar o sofrimento daqueles pais ao estarem todos a tentar espreitar para ver bem a cara deles. Isto continua um país atrasado 1000 anos e assim vai continuar.


Falta acrescentar que ninguém sabia ainda naquele momento que a criança era sobrinha do Simão Sabrosa, imagino a partir daí...

Abraço

Anónimo disse...

fiquei também estupefacto com a pergunta idiota da repórter. ia escrever no meu portal mas o camarada antecipou-se.RF