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Na sexta-feira ouvi Rui Rio numa conferência na cidade do Porto. É um político que admiro, apesar de não residir na cidade «invicta», mas desde 2001 que lançou como desafio pôr ordem numa casa que outros desarrumaram. E bastante. Não sei se Rio terá possibilidade de chegar a S. Bento. A vida política tem ciclos e como diria Guterres há comboios que só passam uma vez na estação das nossas vidas. Outros, são como o Pendular, nem chegam a parar. Na dita conferência, Rio criticou o facto de terem querido «apoucá-lo» ao apelidá-lo com a observação, «há um contabilista a liderar a Câmara do Porto». Sem papas na língua, Rui Rio, há 3 mandatos ao leme da autarquia, disse: «Sou contabilista e com muito orgulho. Têm de engolir o que disseram, até porque não sei ser de outra maneira». E demonstrou-o com factos: «A Câmara tem as finanças equilibradas, um passivo menor do que tinha, paga o que deve quase sempre a 30 dias e ainda sobra para investir em qualquer coisa. Enquanto isso, os sábios rasgaram o futuro de todos nós». Sem se deter, Rio não escondeu a sua perplexidade com certas situações que se vão sucedendo: «Pode uma empresa acumular lucros e ficar à beira da falência? Pode um banco acumular lucros fabulosos e acabar de mão estendida ao Estado?» A resposta é a que todas sabem: em Portugal, sim.
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