26 maio, 2009

O leitor

Ainda decorre, quase ao bater da meia-noite, a inquirição de Oliveira e Costa, em comisão parlamentar. Surpreendente a resistência física do ex-presidente do BPN que, mesmo debilitado pela doença, está a aguentar mais de 7 horas a dar explicações aos deputados. Para quem detestava jornalistas e exposição pública não se pode dizer que se esteja a sair mal. Confessou pormenores que «humanizam» qualquer alegado «Vale e Azevedo» da banca: que tem dificuldades em caminhar, descreveu com algum detalhe as enfermidades que o acometeram nos últimos anos, revelou que já leu cerca de 60 livros nestes 6 meses que leva detido e que tem por princípio «acreditar nas pessoas», mesmo que depois se venha a desiludir com as suas atitudes.
Quanto a matéria de facto, Oliveira e Costa disse algumas coisas, «afundou» por completo Joaquim Coimbra e Dias Loureiro (de que é que está à espera para se demitir do Conselho de Estado?) e lembrou que ele não é o único culpado de tudo. Deixou no ar a sensação que, se as coisas derem para o torto no decurso da investigação, o tal «gang», conhecido pelos «cegos, surdos e mudos», vai «pagar» pela «cilada» que Oliveira e Costa diz ter-lhe sido preparada.

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