A inabilidade do Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, começa a assemelhar-se à demonstrada pelo seu antecessor, Souto de Moura. Às 5 horas, lança um comunicado a negar «pressões e intimidações» aos magistrados do caso Freeport e já ao princípio da noite, em declarações ao site da «Sábado», anuncia uma reunião com o presidente da Eurojust, Lopes da Mota - o tal que foi secretário de Estado do Governo Guterres, a que Sócrates pertenceu - para esclarecer se este pressionou e ameaçou os titulares do mediático processo que envolve o nome do Primeiro-Ministro. O artigo da internet coloca em discurso directo Pinto Monteiro, com declarações do seguinte teor: «Ontem, durante uma reunião na Procuradoria, os procuradores do inquérito fizeram-me referência que um colega tinha tido uma conversa com eles ao almoço que podia ser interpretada como uma pressão (...) Quero ver se não se tratou de uma brincadeira estúpida ou se foi algo mais». O absurdo de tornar estas declarações publicas é tão grande que confesso não saber se estamos perante um caso de «off record» transformado em «on record» ou, definitivamente, Pinto Monteiro é um caso perdido de falta de jeito para comunicar, sendo outro dos que sente uma irresistível vertigem sempre que vê um microfone à sua frente. No estrangeiro, um alto cargo do Ministério Público dificilmente fala num vão de escada ou arrisca, sequer, ter um programa de rádio ou TV para dissertar sobre os males de que enferma o sistema judicial onde intervém.
31 março, 2009
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