03 dezembro, 2008

Considerações e abordagens sobre o descanso

Tenho que reconhecer que, como diz um amigo meu, «ler jornais é um exercício de coragem mental». As abordagens são, por vezes, demasiado pobres e previsíveis. As nossas gazetas deixaram de surpreender. Mas o pior acontece quando o tema nobre escolhido para a manchete é deplorável. Aconteceu hoje no «Jornal de Notícias». «Trabalhadores param um terço do próximo ano», titulou. «O próximo ano terá menos fins-de-semana prolongados e possibilidades de ponte do que 2008, mas continuará generoso. Cinco feriados vão calhar à terça ou à quinta-feira e em Junho será possível tirar umas miniférias», começa assim uma notícia que, salvo melhor opinião, não justificava tão desmesurado destaque. O jornal pôs ainda a falar um especialista em recursos humanos que do alto da sua cátedra estimou que o PIB pode sair prejudicado com os «137 dias de descanso» que o JN lobrigou. Ao que sabemos, leitores atentos, já remeterem ao jornal e-mails indignados com a peça jornalística. Da minha parte, faço o meu reparo neste local. E, à laia de curiosidade, sugiro que investiguem o motivo porque é que os portugueses precisam de trabalhar (curiosamente) 137 dias do ano para pagar impostos ao Estado.

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