12 novembro, 2008

A TV que nunca sai da rotina

O «Telejornal» de hoje da RTP parecia o «Governo no país das maravilhas». No Minho, Sócrates a distribuir, com uma óptima cara, autógrafos à pequenada; enquanto, em Lisboa, a ministra da Saúde, ainda com dúvidas sobre o défice do SNS, foi ao hospital D. Estefânia para ofertar mais uns quantos «Magalhães», o computador que mais parece uma tostadeira. Qualquer semelhança com isto, só sintonizando o telejornal das 8 da RTP-Madeira ou da TV pública da Coreia do Norte.

2 comentários:

Anónimo disse...

Marionetas

Marionetas. Esta palavra designa bonecos de vários tipos: as pequenas personagens da Madeira ou do tecido empresarial, com pernas e braços ligados por fios a uma armação em cruz desenhada no boletim de voto que os faz mexer, ou ainda os bonecos fabricados com grandes luvas, dentro da qual um Primeiro-ministro, ou alguém em cima dele, apenas precisa de três dedos de conversa e outros tantos e mais um, dos quais são enfiados um para a cabeça, dois para os braços e o outro para o exame à próstata, dando-lhes vida e assim encantar pequenos e grandes empresários, da banca, saúde, obras públicas e “Gestão de parlamentos de alterne" que completaram o curso nos "melhores" governos onde estagiaram.
Foi com a palavra MARIONNETTE que o francês Guillaume Bouchet baptizou, em 1584, o teatro de fantoches sem saber que quinhentos anos mais tarde a palavra sofreria conotações bem mais abrangentes. Esta palavra ultrapassou as fronteiras francesas e tomou de assalto a república Portuguesa onde os fios se espalharam por todo o país articulados sob a grande cruz que os Cristos carregam como castigo. Aqui, porém, tal palavra é empregue apenas para o teatro feito com bonecos articulados, movidos por meio de fios, varas ou varetas; as de cruz são aquelas com que os analfabetos assinam de olhos fechados passando cheques em branco aos bem amados que os desgovernam e prometem nacionlizar seus porquinhos mealheiro, colchões de notas e os decotes de cofre assumindo suas dívidas e respectivo controlo dos galinheiros e filhas boas comómilho que poderão render um bom guito em sede de IRS e pagamentos por conta.
Os bonecos de luvas são conhecidos como fantoches e normalmente não chateiam quem os alimenta garantindo uma teta ordenhada pelo silêncio de milhares de euros mensais e um fornecimento vitalício de tintura capilar permanente.
No entanto, o teatro de marionetas é mais antigo do que a palavra: já na idade média, companhias ambulantes levavam histórias animadas desta forma a todas as aldeias. Hoje o teatro mantém suas características inalteradas, o que poderá ser comprovado já em 2009, ano em que os fantoches sairão à rua e darão início a uma fantochada de "gigantones e cabeçudos" que animarão o país, cidades, vilas e aldeias para que a diversão possa chegar aos pobres petizes tristes e indecisos. Em jeito de previsão, ainda será exibido uma amostra o filme “O Vendedor de Castanhas” e a “Laranja de neve e os quatro anões” e ainda a muito esperada sequela do "Nome da Rosa" (realizado por Jean-Jacques-Annaud adaptado do livro escrito por Umberto Eco), "O Nome da Outra Rosa", este realizado por Augusto Santos Silva drigido pelo pai herói do cinema português, Nicolau Breyner.
Cada país tem as suas marionetas particulares e em Portugal todos já ouviram falar dos bonecos de Santo Aleixo, a arte nova dos robertos de Pinho e os Constâncios portugueses, sendo estes últimos muito úteis em teatros onde o grande artista seja mestre na articulação deste silencioso boneco de uma só vara bem encaixada no fundo das costas. É de fácil manuseamento já que serve objectivos estáticos executando apenas movimentos de vai-e-vem sem sair do sítio.
A marioneta mais famosa de todos os tempos é, sem dúvida, o Pinóquio de Sócrates, criada por ele mesmo com a participação especial do Dr. Vintecinco Dabril de 74. Grande parte da sua fama deve-se ao filme de animação produzido pelos estúdios da SIC, RTP e TVI, três dos maiores teatros de fantoches da Europa e apoiados na apuradíssima sonoplastia dos estúdios TSF e Antena 1. A história original foi escrita por Carlo Lorenzini (não confundir com o Lorenzini de Lamego, actor e vendedor de castanhas), sob o pseudónimo de Carlo Collodi, em capítulos no jornal infantil Giornarle per i bambini, entre Julho de 1881 e Janeiro de 1883. A história do Pinóquio de Sócrates começou a ser escrita, também por capítulos, no Diário da Marionete de Notícias. Ambos os contos narram as aventuras e desventuras de uma marioneta de madeira e muito mentirosa, que acabou por se tornar um rapaz humano, de carne e osso e muito mais mentiroso. Mas, sempre que o menino mentia crescia-lhe o nariz, o que veio revelar-se uma inconveniente maldição para o Pinóquio Português que, ao contrario do Pinóquio de Carlo Lorenzini, não tinha o pai Gepeto que lhe cortava o nariz com muito amor e carinho até à medida de quem nunca mentiu. O nariz do Pinóquio de Sócrates já ultrapassa fronteiras e não se prevêem melhoras nem se encontra quem seja capaz de uma plástica tão impossível de rectificar porque, há quem diga, o boneco que se transformou num menino, já nasceu assim nunca mais parando de crescere e até ameaçou mesmo tornar-se num homem muuuuuuuito graaaaaaaande!...

Anónimo disse...

Rectificação: o Telejornal da RTP/M é às 21h e não às "8". Vem logo a seguir ao "irmão" da RTP1.